Inaugurado em dezembro de 2015, o Restaurante Universitário do Campus de Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) está abandonado, há mais de dois anos. Os alunos do Campus que denunciaram a obra inacabada, que deveria beneficiar cerca de 1.800 pessoas por dia, com alimentação de qualidade e baixo custo.

Em Delmiro Gouveia, é encontrada uma situação semelhante. O Restaurante Universitário do Campus do Sertão da Ufal também está sem funcionar, desde a inauguração.

Os espaços que deveriam contribuir para a permanência dos alunos na universidade, por meio da redução de deslocamentos, e ainda, configurar novas áreas de convivência, sofrem com o abandono devido às falhas construtivas. E enquanto isso, os alunos revelam inconformismo.

Para o estudante de educação física do campus de Arapiraca, Chrysthyan André, a situação é inadmissível. “Não é somente o restaurante universitário. O curso de Educação Física, por exemplo, está há mais de 10 anos no Campus Arapiraca e, ao longo desses anos, ansiou pela construção de estruturas físicas próprias para as atividades práticas que são necessárias durante o curso. O ginásio, por exemplo, desde sempre aponta irregularidades no piso e no teto, que culminaram na sua interdição. A piscina que, assim como o ginásio, demorou a ser construída, quando ia ser inaugurada, descobriram um vazamento que impossibilitou seu funcionamento”, disse Chrysthyan.

“Essa é a realidade do nosso Campus. Infelizmente, lidamos com impasses diários, desde a falta de estruturas para realização de atividades da formação à falta de um espaço que deveria reduzir gastos e deslocamento, como o restaurante universitário. E esses impasses refletem diretamente na qualidade de ensino”, conclui o estudante.

Restaurante é usado como auditório por conta de estrutura precária

Ao enfatizar dificuldades semelhantes, a estudante de Pedagogia do Campus Sertão, Brenda Santos, fala sobre a espera pelas obras. “Nosso RU foi inaugurado em dezembro de 2015, com a promessa de que funcionaria no início de 2016 e até hoje nunca funcionou. Nós utilizamos o restaurante universitário como auditório, porque o Auditório Graciliano Ramos foi interditado há mais de dois anos, devido à necessidade de reparos que agora se transformou em reforma. O teto do auditório caiu, teve infiltrações, poltronas foram danificadas, e todo esse tempo, a gente utilizando o RU como auditório. Um espaço completamente sem capacidade de recepcionar eventos, sem ventilação e que deveria ter outra funcionalidade, mas nunca teve”, pontua Brenda.

No ano de 2016, o Ministério da Educação (MEC) havia apontado mais de 200 obras paralisadas em 41 universidades públicas do Brasil, em razão dos cortes no orçamento de mais de R$ 17 bilhões. Agora, em 2018, o número aumentou para mais de 250 em 44 universidades, devido ao início de novas obras nos últimos dois anos.

Em declaração, durante inauguração do prédio do Instituto de Ciências Sociais, no mês de março de 2018, a reitora Valéria Correia, afirmou que, apesar das dificuldades provocadas pelos cortes orçamentários, a Ufal não possui obras paradas.

Segundo a Superintendência de Infraestrutura da Ufal (Sinfra), a universidade possui cinco obras em andamento. Dentre essas obras estão o complexo esportivo do Campus AC. Simões e as reformas do auditório e da antiga residência universitária, ambos localizados no Espaço Cultural da Ufal, na Praça Sinimbú.

Ainda de acordo com a Sinfra, os dois restaurantes universitários dos campi de Arapiraca e Delmiro Gouveia foram entregues, estão na garantia e a Ufal já notificou a construtora para solucionar os problemas.

*Colaboradora