Sai pesquisa, entra pesquisa, anos de pancadaria e de matérias negativas e mesmo assim o ex-presidente Lula, preso e condenado em segunda instância, lidera todos os levantamentos contra qualquer candidato e vence a eleição no segundo turno. E se não for candidato, quem indicar e escolher para chamar de seu transfere cerca de 20% do seu capital eleitoral.
Como isso é possível? Que fenômeno é esse de um condenado que ainda responde a outros processos? Calma, leitor. Se você odeia ou ama Lula e as esquerdas, calma, muita calma nessa hora. Mas a questão é simples, se quisermos.
Lembre que há dois anos a maioria do eleitorado apoiou a troca de Dilma por Michel Temer e o seu consórcio que falava da tal ‘ponte para o futuro’. Só que a dose do remédio que prometia a volta ao paraíso falhou redondamente. E agora teremos eleições.
Quando a gente fala de eleição tratamos de futuro e esperança, não importa o momento e isso, o ânimo, as pesquisas de opinião refletem. Portanto, quando depositarmos os nossos votos nas urnas, em outubro, os candidatos terão que vender até lá muito bem suas ideias sobre economia, segurança, geração de emprego e renda, solução para a previdência e até mais estado ou menos estado em nossas vidas.
Se Dilma tivesse permanecido no governo provavelmente o futuro virtual presidente da República Aécio Neves seria eleito agora em 2018. Mas, envolvido na teia do esquema optou pelo enfrentamento. Saiu derrotado e caiu torrado. Além disso, se Dilma tivesse permanecido quem iria justificar a recessão brutal que vivemos seria o PT.
Na outra ponta os defensores do liberalismo, do menos estado estariam confortáveis para vender a ideia de que eram a solução. Só que o governo Dilma hoje é pasta de arquivo. Já o PT tem como argumento os oito excelentes anos do governo Lula. Tanto isso é verdade que, na prática da vida do brasileiro, o PT ganhou três eleições seguidas e ainda lidera a atual.
Portanto, discussão sobre direita, centro, centro-direita, liberalismo, partidos e ideias (o Novo) defendidas por Avante, Podemos, entre outros, de nada adianta, não impactam suas teses no povo. As pesquisas mostram e ponto.
Enquanto isso, Lula e o PT perceberam o vazio dessas ideias e ideais. Porque enquanto os opositores não dizem nem respondem como vão fazer mais e melhor, o PT, Lula e aliados tratam sobre os bons tempos do governo do ex-presidente, um período saudoso e bastante recente.
Por isso Lula mesmo preso permanece na frente dos seus adversários. Por isso o PT bate o pé e diz que ele é o candidato e não negocia nada com ninguém enquanto acompanha o desenrolar das questões jurídicas, policiais, processuais e políticas. E enquanto não surgir algo novo ou os opositores não entenderem o quadro, Lula e o PT seguem nadando de braçadas ainda como ‘novidade’.
Porque o eleitorado não está tão somente aguardando cegamente e burramente a palavra, a decisão, a indicação do grande líder. Espera, na verdade, pela esperança e “pelo portador de alguma boa nova”. É disso, simplesmente, que gente, o povo, a massa espera e se alimenta.
Claro, tudo sempre pode mudar em política. Sua excelência, os fatos, são os senhores absoluto. Tudo pode dar certo e tudo pode dar errado. Mas, por enquanto, tudo caminha para que um petista, ou alguém indicado pelo petismo, assuma o governo federal em 2019.