Patinando nas pesquisas e representando uma sigla fortemente desgastada pelas esquerdas porque foi ator principal no impeachment de Dilma e pela direita e centro por ter se envolvido em casos de corrupção, o PSDB do presidenciável Geraldo Alckmin enfrenta seríssimas dificuldades.
Além de tudo isso, para ter o apoio do MDB e da máquina do governo federal já sabe o que tem que fazer, mas o que tem que fazer significa morte certa: defender o presidente Temer, o legado do seu governo. Ora, como defender o presidente mais rejeitado na história da política brasileira, tão rejeitado que sequer tem coragem de se candidatar ao governo para defender o seu próprio legado?
Essa exigência foi repetida diretamente para os tucanos pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB). Em jantar de Temer e dirigentes partidários, o enfático Marun afirmou que nenhum candidato terá o apoio do MDB se não defender o ‘legado’ de Temer: “se o Alckmin quiser o apoio do governo, tem que defender o governo. Quem quiser o apoio do governo tem que defender o governo, exaltar o que fizemos juntos”, disse o emedebista.
Disse ainda que o “O PSDB foi governo até esses dias. Quem quiser seguir conosco na eleição tem que ter a sinceridade de colocar na campanha essa situação. (Ou defende o governo), ou não coliga com o PMDB. Isso são favas contadas. Para ter o apoio do PMDB tem que ter a disposição de defender o que junto conosco fez”.
Marun afirmou ainda que “é até hipócrita a atitude daqueles que pensam que tendo feito o impeachment, tendo praticamente colocado esse governo, tendo participado do governo e agora podem disputar a eleição como se não tivessem participado do governo. Isso é uma situação que foge daquela situação de realismo e verdade que entendemos ter que ter na eleição”.
EM TEMPO:
1 - Voltando um pouco para a disputa em Alagoas, tem um monte de gente ansiosa para saber como serão as campanhas de Maurício Quintella e Marx Beltrão ao Senado. Os dois ex-ministros de Temer vão defender o legado que ajudaram a construir?
2 – Caso dispute o Senado ou o governo de Alagoas, Rodrigo Cunha, do PSDB, poderá ser contaminado pela rejeição ao seu partido? Pesquisas para consumo interno circulam nos gabinetes.