A partir das 9h desta terça-feira (8), o Ministério Público do Trabalho (MPT) começará a ouvir as empresas identificadas por comprar a farinha de mandioca produzida pelos trabalhadores encontrados em condições análogas à escravidão e em situação de trabalho infantil.
Os trabalhadores foram regatados durante força-tarefa realizada no dia 2 deste mês, no interior do estado.
As audiências acontecem nesta terça (8) e quarta-feira (9), na Procuradoria do Trabalho em Arapiraca (PTM).
Além das audiências com as distribuidoras do ramo alimentício, trabalhadores flagrados na operação também devem comparecer à PTM para os encaminhamentos de emissão de guia do seguro-desemprego e outros procedimentos relacionados ao resgate.
Segundo a assessoria do MPT, este é o maior resgate de trabalhadores encontrados em situação de trabalho análogo à escravidão no país.
Condições de trabalho
Durante uma fiscalização realizada nas casas de farinha em Feira Grande, os trabalhadores resgatados cumpriam jornada de trabalho excessiva, não tinham água potável disponível – trabalhadores ficavam sem água por horas – e também não tinham acesso a banheiros, já que o único disponível estava interditado.
A farinha de mandioca também era produzida sob condição de trabalho infantil – 13 adolescentes com idade entre 11 e 17 anos foram flagrados trabalhando. As informações foram repassadas pelo coordenador da operação, o auditor fiscal do Trabalho André Wagner.
Dentre as irregularidades, as máquinas utilizadas na fabricação da farinha de mandioca também ofereciam risco iminente de acidentes no local. Após o resgate, as casas de farinha foram fechadas. Este é o maior resgate de trabalhadores desde 2012.
*Assessoria