Tudo começou quando o governador Teotonio Vilela negou apoio a candidatura a governador do seu principal aliado político, o senador Benedito de Lira (PP), em 2014, e lançou como candidato Eduardo Tavares – que logo desistiu, sendo substituído por Julio Cezar.
Essa decisão deixava claro que Vilela trocava um senador com força política por estreantes desconhecidos. Logo se confirmou o esperado: a ação do governador facilitou a eleição do adversário Renan Filho, filho de Renan Calheiros, um amigo com quem disputou junto várias eleições.
Traição política? A dúvida, ou certeza, persiste até hoje, para alguns.
Recentemente ele entregou o comando do PSDB ao prefeito Rui Palmeira, justificando que dessa forma Rui tomaria melhores decisões para organizar a própria candidatura ao governo. Logo depois, no início deste ano anunciou que não seria candidato a cargo algum.
Mais uma vez a decisão de Teotonio Vilela enfraqueceu o seu grupo. Uma chapa majoritária formada por ele e Biu de Lira na disputa pelo Senado seria muito forte. Sem um dos dois ficaria fraca na formatação de toda uma composição. Téo Vilela tem votos e conhecimento suficiente para conseguir estrutura através de aliados do PSDB nacional, apesar das dificuldades atuais que envolvem questões desse tipo.
Sem o ex-governador candidato a força do grupo diminuiu, mas aumentou a de Renan Filho. Ciente disso, esse também foi um dos motivos de análise do prefeito Rui Palmeira que o fez entender que este é o momento de concluir o mandato de prefeito de Maceió.
Agora Teotonio Vilela tenta convencer o deputado estadual Rodrigo Cunha a ser o candidato tucano ao governo e desistir de disputar o mandato de federal ou de senador. Bem avaliado, podendo crescer aos poucos na política, um salto talvez maior do que as pernas pode ser fatal para uma carreira política.
Aliás, a candidatura de Cunha, neste momento, ajuda apenas a de Biu de Lira e a do sobrinho de Vilela, o deputado federal Pedro Vilela.
Portanto, Rodrigo Cunha, atenção e cautela com as raposas da política. Estas, experientes, não dão um passo sem vislumbrar pelo menos quatro anos adiante. Especialmente aqueles com o histórico recente de deixar aliados para trás.