O dia mundial de combate à tuberculose foi comemorado neste sábado (24), mas não há muito o que celebrar. De acordo com o relatório global da Tuberculose, publicado em outubro de 2017, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) 10,4 milhões de pessoas no mundo adoeceram com tuberculose no ano de 2016. Em Alagoas foram notificados mais de 1000 novos casos só em 2017.
A farmacêutica Luana Pires explica que tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria conhecida como bacilo de Koch (BK) e que apenas 10% dos indivíduos expostos a esse bacilo desenvolverão sintomas da doença.
“Nós somos um dos países com maior número de casos da doença no mundo e ainda bem que atualmente o SUS (Sistema Único de Saúde) tem diversas atividades de controle da doença aqui no Brasil”, comentou.
Para se realizar o diagnóstico da tuberculose é necessário fazer uma história clinica colhendo os sintomas do paciente que geralmente tem um tempo maior de evolução dos sintomas.
Conforme a Dra. Cristiane Veiga, pneumologista do Hospital Helvio Auto e especialista em tuberculose, um histórico de tosse frequente há mais de três semanas ou mais de um mês, acompanhado de febre vespertina ou noturna e perda de peso, são sinais de que o paciente deve está com a doença.
Após o diagnóstico médico, a patologia deve ser constatada através de exames como o escarro onde é feito uma baciloscopia, utilizando duas amostras. Pode ser feito também o teste rápido molecular para tuberculose, uma radiografia do torax, e/ou uma cultura, que tem o prazo de 60 dias para ficar pronto.
Para a pneumologista, existem outras doenças com sintomas parecidos com os da tuberculose, como por exemplo, a pneumonia, que pode dar febre e tosse, no entanto, o tempo de evolução é menor do que a tuberculose. Os sintomas de Asma também podem ser comparados, que além da falta de ar também pode dar tosse. A Sinusite também possui sintomas parecidos. Sendo assim, é necessário se fazer um diagnóstico diferenciado das outras doenças. E esse diagnóstico é feito com exames.
Ao contrário do que se pensa, tuberculose tem cura e pode ser tratada com o uso de antibióticos específicos controlados, que em casos de mulheres grávidas pode ser feito durante a gestação. Segundo a Drª Cristiane, o tratamento é feito com quatro medicações RHZE (rifampicina, isoniazida, pirazinamida, etambutol), durante um período de dois meses. Após o segundo mês, o paciente deixa de tomar o pirazinamida e o etambutol, ficando somente os demais remédios por quatro meses.
De acordo com as informações da assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), a população mais acometida é do sexo masculino com faixa etária entre 25 e 55 anos.
O tratamento em casos de tuberculose pode durar até seis meses, tendo 100% chances de cura, caso o tratamento seja finalizado sem interrupções. A farmacêutica explicou que “um dos graves problemas é o abandono terapêutico, que acaba colocando o Brasil no 22° país com maior índice da doença com cerca de 80 mil casos novos e cinco mil óbitos notificados ao ano”.
Segundo a Sesau, o tratamento para a população é ofertado gratuitamente nas Unidades de Saúde da família nos municípios, tendo total acesso a medicação por meio do Ministério da Saúde, conforme planejamento anual. Os pacientes podem procurar a Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) Estadual, para ter acesso à medicação.
O paciente que interromper o tratamento a menos de 30 dias pode dar continuidade de onde parou, caso seja interrompido a mais de 30 dias se faz necessário iniciar um novo tratamento.
A farmacêutica revela que em Alagoas o diagnóstico já é feito com biologia molecular no centro de referência de Tuberculose em Maceió, que funciona no segundo centro de saúde. Devido a isso, a doença pode ser confirmada com mais rapidez.
“Enquanto uma cultura demora em média 60 dias para liberar o resultado, na técnica molecular em apenas duas horas nós conseguimos este diagnóstico”, explicou.
A tuberculose pode está associada a alguns graves problemas sociais, que afetam os usuários de cigarro, álcool, pessoas que vivem em aglomerados, presidiários, e até mesmo moradores de ruas estão mais suscetíveis a desenvolver a patologia.
“Os profissionais de saúde também fazem parte desse grupo, e o risco deles é ainda maior porque existe uma predisposição a desenvolvem infecções por bactérias multirresistentes”, informou.
Existem outras doenças com sintomas parecidos com os da tuberculose, como por exemplo, a pneumonia, que pode dar febre e tosse, no entanto, o tempo de evolução é menor do que a tuberculose. Os sintomas de Asma também podem ser comparados, que aliem da falta de ar também pode dar tosse. A Sinusite também possui sintomas parecidos. Sendo assim, é necessário se fazer um diagnóstico diferenciado das outras doenças. E esse diagnóstico é feito com exames.
O internamento só é necessário quando o paciente está muito consumido pela doença, desnutrido, com anemia alta, perda de peso muito elevada. E também, quando a tuberculose tem uma associação com a infecção, AIDS / SIDA.
*com Assessoria
*Estagiárias