Que o padre “pegue os pedintes e coloque para morar na igreja- dizem internautas em ameaças ao Padre Júlio Lancelott.
Dos 69 anos de vida do padre Julio Lancellot, pároco da Igreja de São Miguel Arcanjo, em São Paulo, 34 são dedicados ao abrigo e defesa dos moradores de rua e outros grupos marginalizados.O padre atua na Mooca região central e vigário episcopal para a população de rua da Arquidiocese de São Paulo,
Por sua defesa a esses grupos o Padre Júlio vem recebendo ameaças de internautas, inclusive de morte.Dentre os agressores tem um advogado, segundo o padre, que insurge o ódio, com frases tipo “morte ao padreco”.
Lancellot atribui às ameaças a crescente intolerância social em relação aos diferentes,entre eles, pobres e pretos. As ameaças são incisivas “Tem que começar mandando esse padre pro inferno, e depois seus seguidores…”, sendo saudado com aplausos virtuais.
O padre afirma: “O discurso de ódio sempre existiu. Mas esses intolerantes, antes, ficavam restritos, não se impunham. Nesse momento que estamos vivendo, sinto que essas pessoas se sentem livres, não tem mais o menor pudor e se sentem legitimadas para falar o que bem entenderem”
“Os moradores de rua aumentaram, isso é fato. E são diversas causas, como o desemprego, a inadimplência, essas coisas. Tem muita gente na rua e em condições de rua e a intolerância, que sempre existiu, fica mais evidente por causa dessa convivência em todo lugar: parques, áreas públicas, ruas”, analisa.
Ameaças
Lancellotti, com a orientação das advogadas Valdênia Paulino Lanfranchi e Juliana Hashimoto Bertin, enviou um ofício nesta segunda-feira (19/3) ao procurador-geral do Ministério Público de São Paulo, Walter Paulo Sabella, e ao subprocurador de Políticas Criminais e Institucionais, Mário Luiz Sarrubbo, informando a respeito das ameaças e ofensas e solicitando providências. O documento traz uma explicação sobre quem é Padre Julio e detalha as atividades pastorais realizadas por ele, destacando o aumento expressivo da população de rua e a importância da luta dele para pressionar o poder público para que olhe e assista adequadamente esse grupo vulnerável. O último censo, de 2015, fala em 16 mil pessoas, mas entidades que lidam com a causa afirmam que já chega a 25 mil. Além disso, traz prints das ameaças que vêm sofrendo. Além dos ataques diretos, há outros que o acusam de uso de drogas e alguns que sugerem que o padre “pegue os pedintes e coloque para morar na igreja” ou na casa dele.(...)
Fonte:https://www.pragmatismopolitico.com.br/2018/03/padre-julio-lancellotti-e-ameacado-de-morte-por-defender-moradores-de-rua.html
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