Nas últimas duas eleições para prefeito de Maceió surgiram candidaturas que podemos citar que foi um ‘clássico’ por conta dos envolvidos, suas trajetórias e densidade eleitoral. Rui Palmeira contra Cícero Almeida e Rui Palmeira versus Ronaldo Lessa, por exemplo.

Tal acirramento também foi observado na disputa paro o governo. ‘Clássicos’ entre Renan Filho e o senador Benedito de Lira, e anteriormente de Teo Vilela contra Ronaldo Lessa. Esses embates envolvendo bons ‘times’ são saudáveis para a democracia porque provocam emoções e debates de bom nível.

Porém, ao que parece, isso não irá ocorrer nesta eleição. Os nomes especulados para substituir o prefeito Rui Palmeira no campo da oposição não empolgam porque não têm peso nem densidade política semelhante ao do perfeito da capital.

O deputado estadual Rodrigo Cunha, o mais citado, já deixou claro que não pretende ocupar o espaço. Suas declarações, do ponto de vista político, levam a essa conclusão quando afirma que não pretende sentar e ter o apoio de qualquer político, especialmente daqueles que não convidaria para a sua casa.

Ora, caro leitor, política, como já disse outras vezes, é soma e multiplicação de apoios, nunca divisão e subtração. Quando Cunha dá esse tipo de opinião é porque não quer ser o líder e carro chefe de uma eleição majoritária.

Além do mais, como candidato ao governo Rodrigo Cunha é desconhecido do grande público da Grande Maceió e especialmente o do interior. Exatamente por isso só seria um bom candidato ao governo para ajudar a eleger os aliados ao Senado e nas chapas para deputado estadual e federal por conta do seu comportamento ético na Assembleia legislativa, discurso ideal para atacar a situação.

Agora, se o deputado estadual for pragmático aceitaria ser candidato. Uma campanha majoritária deixa qualquer sujeito bastante conhecido e se bem feita pode trazer bons dividendos futuros.

Você lembra, caro leitor, de Eduardo Tavares e Júlio Cezar, hoje prefeitos de Traipu e Palmeira dos Índios, respectivamente? Bom, o primeiro foi candidato a governador na eleição de 2014, depois desistiu e foi substituído pelo segundo. O mundo político sabia que eram candidaturas do governador Vilela para perder, inclusive eles mesmos, certo?

Pois bem, a propaganda eleitoral fez com que ambos ficassem naturalmente mais conhecidos , principalmente em seus municípios de origem, motivo de orgulho para o povo, etc, o que viabilizou as vitórias de ambos nas eleições municipais.

A coisa deu gosto e deu tanto resultado que já é tido como certo que Tavares vai renunciar ao mandato para disputar uma vaga de deputado federal por um desses partidos miúdos que recebe candidatos crentes de que podem ser eleitos com poucos votos. Pode ser e dá certo em muitos casos.

Pensando no futuro, será que Rodrigo Cunha não deveria ser pragmático tanto quanto o ex-candidato a governador?