Com o assédio ao ‘Rei’ (Rui) para disputar a eleição deste ano tendo sido negado, o tabuleiro foi jogado no chão, o que atinge a todos os envolvidos nesse xadrez. Agora resta esperar para sabermos como serão rearmadas e arrumadas todas as peças do tabuleiro da oposição.
A decisão de Rui não foi surpresa para quem tem acompanhado o processo com algum grau de contato com fontes da situação e da oposição. Desde a semana passada que esse o anúncio era especulado, aguardado.
O fato é que essa “Guerra dos Tronos” nunca foi a de Rui Palmeira:
1 - O cavalo não estava selado para que ele montasse. O tucano não liderava as pesquisas, ao contrário do adversário Renan Filho (o outro ‘Rei’), cujo governo é bem avaliado no ‘Reino do Interior’ e está forte e bem cotado ‘nos Reinos da Capital e Grande Maceió’.
2 - Somado a isso está o fato de que deixar o segundo mais importante cargo Executivo era desaconselhado por seus familiares. Conselheiros importantes também eram contrários.
O que a tropa da oposição precisa encontrar rapidamente é um novo Rei. Caso contrário verá uma debandada dos seus nobres cavalheiros pela sobrevivência.
Alguns ‘Reis’ são citados para substituir Rui Palmeira:
1 - O deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB) é um deles. O problema (fundamental) é que é um ‘nobre’ desconhecido da maioria dos ‘súditos’ na ‘Capital e no Interior’. Pesa a seu favor ser jovem, opositor na Assembleia e ainda pedirá votos para o presidenciável Geraldo Alckmin que, se crescer nas pesquisas, pode ajudar na sua candidatura.
2 – O secretário de Saúde de Maceió. José Thomaz Nonô (DEM) poderia herdar um forte discurso de oposição e tratar sobre honestidade e experiência que adquiriu na sua vida pública. Porém, hoje não tem densidade eleitoral, o seu auge na política parece ter passado.
3 - Por fim, os dois melhores nomes – acredito - seriam o do senador Benedito de Lira (PP) e o do ex-governador Teotonio Vilela (PSDB). O primeiro reeditaria o clássico do último confronto quando enfrentou Renan Filho, contra quem voltaria agora para cobrar as promessas da última eleição. Experiente, tem uma boa base de apoio popular.
Já Teotonio Vilela (PSDB) surgiria, mesmo após anunciar que não quer ter um novo mandato, como o último grande ‘Rei’, aquele que governou por oito anos, o defensor da oposição e do seu legado, unido outra vez ao seu grande amigo e aliado, Biu de Lira.
Ou, quem sabe caro ‘súdito’ alagoano – digo, eleitor –, não seja nenhum desses citados e daqui a pouco apareça um novo nome. Mas é fato que as melhores peças do tabuleiro de xadrez estão agora ainda mais sob o controle de Renan Filho.
Quanto ao prefeito Rui Palmeira, tomou a decisão correta. Terá quase três anos para solidificar a sua segunda gestão na capital. Para tanto não serão necessárias grandes obras. Pequenas ações que facilitam a vida da comunidade dão certo.
No final de tudo, tentar fazer o sucessor, ficar dois anos sem mandato e ter discurso para o futuro. Além disso, caso o PSDB ou algum partido aliado vença a eleição presidencial, o jovem político alagoano pode ocupar algum cargo importante na administração federal. Em seguida virão as novas eleições para deputado federal, governador e senador.
Mas tudo pode mudar porque assim são as eleições hoje, amanhã e sempre. Como as nuvens que estão de um jeito e no segundo seguinte quando você olha já aparecem com uma nova forma, ou desaparecem.