A Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do São Francisco) encontrou no município de Coruripe uma estação de tratamento de esgoto inoperante e fornecimento de água para população sem que tenham sido cumpridas as etapas necessárias para torná-la própria para o consumo humano. Notificações contra a prefeitura foram emitidas para que o órgão resolva as causas das irregularidades identificadas e cumpra as normas estabelecidas pela legislação.
O primeiro alvo dos fiscais da força-tarefa foi a estação de tratamento de esgoto de Coruripe. No local, eles encontraram muito abandono e equipamentos sucateados. Um exemplo são as bombas de recalque queimadas, substituídas por uma de pequeno porte, incompatível com a necessidade do empreendimento que está funcionando de forma deficitária.
"Recebemos a informação que as bombas estão queimadas e pudemos observar uma tentativa improvisada de substituição, mas não tem adiantado. Na estação de Coruripe, existe apenas a drenagem do material que chega, sem obedecer nenhum processo característico de tratamento desse esgoto, que termina voltando para natureza praticamente como chega.
O Instituto do Meio Ambiente ( IMA) intimou a prefeitura para que apresente o relatório de qualidade dos efluentes lançados, conforme exigido nas condicionantes da licença de operação. Com o documento, técnicos da instituição ambiental poderão averiguar com mais profundidade a forma como o esgoto está sendo tratado na cidade.
Água sem cloro
Está no Artigo 24 da Portaria Nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011: toda água para consumo humano, fornecida coletivamente, deverá passar por processo de desinfecção ou cloração. Mas isso não foi o que os agentes da FPI do São Francisco encontraram nas análises realizadas na água coletada em diversas residências do município de Coruripe. Em nenhuma das mostras foi detectada a presença de cloro, o que caracteriza falta de tratamento adequado ao produto oferecido para a população.
"A presença do cloro na água é prevista na legislação para resguardar a saúde da população. Há uma função importante que justifica a exigência. Não colocar o produto, ou colocar abaixo do que é determinado, é uma grande irresponsabilidade. Sem cloro, a água fornecida não está tratada e nem própria para o consumo", disse Elizabeth Rocha.
Além disso, em alguns poços de captação de água foram encontradas irregulares como a falta de isolamento da área.
“Iremos notificar os órgãos competentes pelo sistema de tratamento de esgoto e de distribuição de água, para que a prefeitura cumpra as normas estabelecidas de maneira rápida e eficiente”, disse a agente da FPI.
Confira abaixo nota da prefeitura de Coruripe:
Nota de esclarecimento
A prefeitura de Coruripe vem através desta, esclarecer os seguintes pontos:
1 – Em relação à Estação de Tratamento.
Que a bomba de pequeno porte encontrada na referida estação lá foi colocada para minimizar a falta do equipamento próprio, já que a compra da bomba de recalque já foi licitada e é aguardada a sua entrega.
2 – Em relação ao relatório de qualidade dos efluentes lançados.
Este será apresentado dentro do prazo estabelecido pelo orgão fiscalizador.
3 – Em relação ao processo de desinfecção ou cloração.
Esclarece que a cloração e desinfecção é feita duas vezes por semana, as terças e sextas-feira, através do laboratório com supervisão da engenheira química Dra. Melkangela Rocha e com acompanhamento da Vigilância Sanitária do município.
Ainda de acordo com a engenheira não foi identificado a presença de cloro na água devido ao elevado pela comunidade fiscalizada.
*com Ascom MPE