A perda do discurso da importância da Reforma da Previdência e com a economia sem apresentar os resultados prometidos - taxa de desemprego no Brasil subiu a 12,2% nos três meses até janeiro, segundo o IBGE. A população desocupada no País é de 12,7 milhões. Trabalhadores sem carteira assinada chegam a 23,2 milhões de pessoas -, o presidente Michel Temer aposta todas as fichas no tema Segurança com a intervenção iniciada no Rio de Janeiro.
A estratégia é, caso o próprio Temer não consiga ser mais bem avaliado nas pesquisas eleitorais de maneira que lhe possibilite uma candidatura a presidente, que o governo tenha um nome para colocar na disputa.
Essa é uma perigosa ilusão. Não há como um governo fraco, com aparência de que é formado por corruptos e traidores alterar a sua imagem e se tornar viável do ponto de vista eleitoral. Porém, o grupo do presidente luta como um soldado capaz de cometer suicídio. E é aqui onde está o perigo da falta de limites.
Há o objetivo de intervenção militar em outros estados. Minas Gerais está na mira e para conseguir esse objetivo o governo federal bloqueou R$ 6 bilhões, o que foi entendido pelo governo do Estado como uma “intervenção financeira de Michel Temer”. Para o secretário de Planejamento de Minas, Odair Cunha, com a medida, o governo federal quer "o modelo do caos do Rio de Janeiro".
É que o bloqueio de recursos inviabiliza financeiramente a administração pública. O caos nos serviços de educação, saúde e segurança levam a uma escalada de insegurança e violência. Daí vem a intervenção em um governo adversário e fundamental do ponto de vista eleitoral.
Além disso, o governo federal aperta Minas porque quer que estatais sejam privatizadas, o que não é aceito pelo governador Fernando Pimentel (PT), (leia aqui).
Alguns aliados de Michel Temer estão espalhando, inclusive em Alagoas, que o estado precisa de intervenção na segurança. Isso é uma mentira, mas lhes dá discurso para defender um tema central e justificar a proximidade com o desgastado governo.
Uma pena que as Forças Armadas, embora cumpram o seu papel constitucional, estejam sendo usadas para dar credibilidade as medidas paliativas e midiáticas de ichel Temer.