Muitas vezes nem percebemos, mas a matemática, como ciência exata, está constantemente presente em nosso dia a dia e também na política, especialmente em ano eleitoral. Partidos, candidatos e especialistas estão debruçados fazendo cálculos em torno de nomes e coligações.
Daí surgem avaliações que batizam este ou aquele grupo, ou coligação, que pode, ou deverá se formar, de ‘Chapa da Morte’. Tive acesso a uma dessas análises que alguém pode dizer que é apenas especulativa, tudo bem, mas é assim que funciona a tal análise de cenário que define, consequentemente, aceitação de candidatos e formação de grupo político.
E essa chamada ‘Chapa da Morte’ poderá ser formada na oposição, desde que nomes com a densidade eleitoral de Arthur Lira (PP), Pedro Vilela (PSDB), Rodrigo Cunha (PSDB) e Maurício Quintella (PR) disputem coligados o mandato de deputado federal.
A aposta é que desse quarteto com grande potencial de votos apenas três sejam eleitos. E é aqui onde entra exatamente a matemática. Para eleger o primeiro deputado a soma dos candidatos tem que chegar a 170 mil votos. Para eleger quatro são necessários em torno de 640 mil votos.
Aparentemente esse número, analisando politicamente, é improvável de ser alcançado – embora não seja matematicamente. Na eleição anterior, com JHC na coligação e com uma votação surpreendente, esse grupo ficou distante dos 640 mil votos, e elegeu três federais.
O que também leva esses quatro prováveis integrantes de uma coligação a estarem numa ‘Chapa da Morte’ é a mudança na legislação eleitoral. Na última eleição, 2014, a chapa que atingia o quociente eleitoral e obtinha a maior sobra conquistava a última vaga.
Agora é apenas a maior sobra - independente da chapa – coligação - que ocupa essa última vaga, o que, segundo os especialistas, tende a beneficiar Heloísa Helena uma vez que ela vai disputar com condições e pode conquistar essa última vaga dada a sua provável alta votação.
Ou seja, HH é competitiva, porém - neste cenário, repito -, ela vai disputar o chamado ‘voto de opinião’ com Ronaldo Lessa (PDT), Rodrigo Cunha (PSDB), entre outros nomes que deverão surgir. E isso pode ser um problema para Heloísa.
Voltando a ‘Chapa da Morte’, caso Teotonio Vilela decida entrar verdadeiramente na disputa para ajudar o seu sobrinho Pedro Vilela (PSDB), esse apoio será decisivo por conta da sua liderança política. Por outro lado, irá colocar rochas e espinhos na caminhada de Rodrigo Cunha (PSDB).
Talvez por isso o ex-governador já deu declarações indicando o aliado e companheiro de partido para o Senado.