Em Alagoas e em Brasília há quem duvide da decisão anunciada por Teotonio Vilela (PSDB) de que não irá disputar o mandato de Senador. Nos gabinetes e nos restaurantes vários cenários são analisadas, todas as opções são testadas para que os atores e autores dessa novela não sejam surpreendidos.
Como em política tudo pode mudar e tudo é possível, há, portanto, argumento para tudo, inclusive para idas e vindas. E como faltam 50 dias para o dia 7 de abril, prazo limite para troca de partidos e para a saída definitiva, por exemplo, de Rui Palmeira (PSDB) do comando da Prefeitura de Maceió, caso opte por disputar as eleições deste ano, nada é definitivo. Por tudo isso o anúncio de Teotonio Vilela ainda é visto como não definitivo, uma espécie de 'stand by' estratégico.
E ele praticou, basta lembrar, duas ações que lhe dão argumento para modificar a sua decisão. A primeira quando entregou o comando do PSDB estadual ao prefeito para que ele tivesse facilidade de montar a chapa para concorrer ao governo com o seu apoio. Depois quando anunciou que não seria candidato ao Senado, mas que apoiaria Rui.
Até hoje o prefeito não moveu uma palha que indique que será candidato. Jamais tratou sobre o tema candidatura com a sua bancada na Câmara, nunca visitou qualquer município, não foi ao maior colégio eleitoral do interior, Arapiraca, comandado por um companheiro de partido, e não aceitou sequer o oferecimento de um político simpatizante do interior que queria colocar o seu nome, sem custo financeiro algum, em camisas que seriam distribuídas numa festa.
E como seria, nesse cenário, que Teotonio Vilela desistiria da desistência? Rui Palmeira não sendo candidato ao governo deixa o PSDB ‘fragilizado’ em Alagoas, o que levaria Vilela a usar o discurso de que o partido é forte, comanda as duas principais prefeituras do Estado, tem que ter nome forte na disputa e não pode ficar fora das eleições sob risco de enfraquecimento da legenda.
Simples assim, não parece, embora lembre, digamos, uma teoria da conspiração, não é mesmo?
Mas não é impossível porque nessa cartada faria ainda uma aliança com o PMDB do amigo Renan Calheiros. E este é um cenário, repito, também avaliado por políticos profissionais para evitar surpresas.
Aguardemos até 7 de abril.
Na segunda-feira (19) vou tratar sobre o segundo cenário, só que referente aos nomes para o Senado.