O anúncio publicado no Facebook , nesta segunda-feira (12), deixa claro que o ex-governador Teotonio Vilela não vai disputar o Senado: “Hoje comuniquei ao prefeito Rui Palmeira, presidente do meu partido, o PSDB, que não disputarei o Senado da República agora em 2018”.
Porém, ficou um pouco dúbio se ele será ou não candidato a outro cargo, como por exemplo, o de deputado federal, o que levaria o seu processo para o STF - se for denunciado no caso em que é investigado sobre suposto esquema de propina na construção do Canal do Sertão, delatado à PF por executivos de construtoras.
“A todos, muito obrigado. Depois de três mandatos de senador, dois de governador e por várias vezes presidente nacional e estadual do PSDB, continuarei a contribuir com o meu estado como cidadão”, disse no final da nota Vilela. Veja bem, repito, Téo Vilela afirmou apenas que não será candidato ao Senado, nada disse claramente sobre outro cargo.
Entretanto, essa decisão movimenta o cenário. Teoricamente fica mais fácil para Rui Palmeira (PSDB) – único nome da oposição com musculatura para disputar o governo, arrumar e agradar ao seu grupo dividindo as duas vagas para o Senado e ainda a de vice.
Por outro lado, caso seja confirmado que o ex-governador não disputará efetivamente nenhum outro cargo e que ficará afastado da atividade diária de uma campanha, isso representa uma perda enorme para a oposição.
Ele ainda é uma liderança expressiva na política alagoana. Tanto isso é verdade que todas as pesquisas o mostravam em segundo ou terceiro lugar, com reais possibilidades de conquistar uma das duas vagas.
Digamos que Maurício Quintella ou Rodrigo Cunha o substituam. Afirmo que nenhum dos dois tem densidade eleitoral. O ministro dos Transportes não é uma forte liderança política, muito menos popular, o que é mostrado pelo resultado, por exemplo, da eleição de 2014 quando foi apenas o sétimo mais votado. E é, atualmente, aliado de Michel Temer, o que pode trazeer prejuízos.
Rodrigo Cunha não tem base eleitoral no interior, também é desconhecido do povão e circula numa faixa de eleitorado mais consciente. Nas pesquisas para deputado federal ou estadual aparece bem cotado. Tem um discurso e uma imagem de político sério e honesto. Contudo, eleição majoritária é outro mundo.
E aí me vem a memória Heloísa Helena, que tem maior densidade eleitoral, reconhecimento público local e nacional, mas que não conseguiu enfrentar a máquina de moer gente, por mais de uma vez, ao tentar retornar ao Senado. Ela agora vai buscar uma vaga na Câmara Federal.
Portanto, aguardemos os próximos passos e se a saída de Teotonio Vilela foi melhor ou pior para a situação ou para a oposição.
Mas é sabido que em política qualquer espaço vazio é rapidamente ocupado. Veremos já nos próximos dias como ficará o que foi deixado pelo ex-governador, além de como e se ele vai atuar no processo eleitoral deste ano.