Toda eleição em que o chefe do Executivo disputa a reeleição ela pode ser vista como uma espécie de plebiscito. Não foi diferente com Rui Palmeira (PSDB) recentemente, em Maceió, contra o ex-prefeito Cícero Almeida, nem será diferente agora com o governador Renan Filho (MDB).

Análises a partir de pesquisas internas no Palácio do Governo avaliam que são grandes as possibilidades de o governador vencer no primeiro turno, mesmo que o candidato da oposição seja o prefeito da capital. É que é bastante alta a diferença percentual entre ambos no interior.

Essas mesmas análises também apontam - tendo como base a visão de eleição plebiscitária onde o eleitor diz se quer que o governante permaneça ou não no cargo - que o candidato ideal seria o ex-governador Teotonio Vilela (PSDB).

Isso mesmo. Simplesmente porque o eleitor seria provocado a comparar as duas gestões. Aí, acreditam, seria uma vitória, como se diz no interior, ‘de lavada’. E alguns exemplos são citados: Vilela não teria construído nem reformado nenhuma delegacia durante os seus oito anos de governo, ao contrário dos quatro anos da gestão atual.

Também seria possível comparar construção e recuperação de hospitais, novas rodovias e recuperação de outras, além da construção de ginásios, reforma de escolas e implantação do ensino integral.

De fato, há alguma lógica nesse pensamento de eleição plebiscitária e do entendimento de que o candidato ideal seria Vilela e não Rui. O prefeito tem possibilidades de crescimento eleitoral por uma série de fatores, o ex-governador, entre outras questões comparativas e impeditivas, concluiu o seu mandato muito mal avaliado, é investigado pela PF no caso Odebrecht-Canal do Sertão (leia aqui).

Apesar das dificuldades e do caráter plebiscitário, será que o ex-governador teria coragem para enfrentar o desafio?

Pode ser. Todo político profissional é movido a desafios.

Porém, contam que Teotonio Vilela tem enfrentado imensa oposição de entrar na disputa deste ano por qualquer cargo. É que essa oposição radical e combativa é da pior espécie: dentro de casa, portanto, de origem familiar.