Desde o início da Lava Jato dava para prever que as eleições seguintes significariam uma resposta do eleitor. Foi assim em vários municípios do país, caso do Rio, com o religioso-conservador Marcelo Crivella, de BH, com o empresário Jorge Kalil, e de São Paulo, com o apresentador João Doria, todos eleitos prefeitos das capitais.

De alguma forma, mas de maneira diferente, cada um dos três representava uma negação dos eleitores aos políticos profissionais. Passado pouco mais de um ano desde que foram empossados, nenhum deles conseguiu crescer e se estabelecer como liderança estadual ou até local.

A negação da política e dos políticos tende a se acentuar nas eleições deste ano. Os números das pesquisas eleitorais mostram claramente isso ao revelarem o provável alto índice de votos – cerca de 40% - brancos e nulos em pesquisas para qualquer um dos cargos que estarão em disputa.

É dessa crise de representatividade e confiabilidade que aparece espaço para candidatos como o apresentador Luciano Huck, numa ponta, em outra surge o Coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, que admite a disposição de concorrer à Presidência pelo PSOL, entre outros.

Com Lula ou sem Lula dificilmente deixaremos para trás essa crise de representatividade onde o político é visto como bandido, os partidos são a organização criminosa e o Congresso Nacional local onde todos se reúnem. E, claro, o sistema é repetido nos estados e municípios.

Como os atores políticos suspeitos até a medula em esquemas de corrupção irão convencer a maioria do eleitorado, é o que veremos aqui e alhures.