São diversas as opiniões sobre o resultado do julgamento do ex-presidente Lula. Contra ou a favor, muitas são emotivas, outras tantas são técnicas, algumas são neutras com objetivos políticos.

Mas o fato é que o caso terá desdobramentos, inclusive jurídicos, e ninguém pode prever o resultado. É certo, porém, que o ex-presidente terá imensa influência nas eleições deste ano. Preso ou solto, candidato ou não, Lula da Silva tem um grande capital político.

Abaixo algumas declarações sobre o resultado do julgamento:

1 - Ex-presidente Fernando Henrique diz que o "jogo começa agora”, referindo-se as composições políticas. Ele também afirma que o apresentador da Rede Globo  "Luciano Huck não desistiu".

2 – O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello afirmou que uma eventual prisão do ex-presidente Lula, líder absoluto em todas as intenções de voto para a Presidência em 2018, incendiaria o País; "Eu duvido que o façam, porque não é a ordem jurídica constitucional. E, em segundo lugar, no pico de uma crise, um ato deste poderá incendiar o País". O ministro disse ainda acreditar que o caso de Lula levará a uma revisão na jurisprudência sobre prisões após condenação em segunda instância; "Eu quero ver, é uma prova dos nove dessa nova jurisprudência, como eu disse, se forem determinar a prisão do ex-presidente. Eu não acredito”.

3 – Ex-ministro Ciro Gomes: “Assisti com tristeza a condenação pela 8ª turma do TRF-4 do meu amigo e ex-presidente Lula. O Brasil vive mais um capítulo dolorido de sua curta e dramática história democrática. Penso que o momento exige muita reflexão e, mais do que nunca, atenção para que o devido processo legal seja respeitado. Sigo na torcida para que Lula consiga reverter a decisão nas próximas instâncias”.

4 - O economista norte-americano Mark Weisbrot diz que “o Brasil terá que ser reconstituído como uma forma de democracia eleitoral muito mais limitada, na qual um judiciário politizado pode excluir um líder político popular de concorrer a um cargo público. Isso seria uma calamidade para os brasileiros, para a região, e para o mundo”.

5 – Luis Fernando Veríssimo: "Não sei de onde o mr. Weisbrot tira sua informação, e qual é o apito ideológico que ele toca; mas, fora alguns exageros como o abismo que vai nos engolir, o Brasil que ele enxerga lá de Washington é esse mesmo. Ele identifica a deposição da Dilma como o primeiro ato da exceção que vivemos agora, cujo objetivo indiscutível é barrar o futuro político do Lula e do PT. Enfim, no momento em que escrevo, ninguém sabe o que aconteceu ontem — pra que lado pulou o canguru — e muito menos o que vai acontecer amanhã. Só espero que poupem o país da imagem do Lula arrastando correntes com os pés."

6 - "Quem considerava Lula inocente e quem entendia faltarem provas indispensáveis para sua condenação, continuam, uns, convictos da inocência e, outros, da insuficiência de comprovação. Quem o achava culpado não mudaria e não foi tentado a fazê-lo. Ilações preencheram faltas de demonstração em alguns buracos, mas trataram de revestir-se de fartas quantidades de extratos de depoimentos contrários a Lula”, escreveu Jânio de Freitas, jornalista.

7 – Paulo Coelho, escritor, pelo twitter: "Finalmente! Agora está tudo 100% no mundo político. Ministros impolutos, Congresso honesto, deputados que pensam apenas no bem do país, senadores que não acobertam crimes de seus pares, juízes que não se deixam pressionar pela mídia e, completando o quadro #LulaCondenado".

8 – Citado pelo desembargador João Pedro Gebran Neto no voto em que o magistrado condenou Lula, o advogado e professor de Direito da USP Alamiro Velludo Nettoafirmou, pela rede social, que "o  pior de tudo é ser citado no voto por meio de um texto meu totalmente descontextualizado".

9 – Ex-presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), o atual governador do Maranhão, Flávio Dino: "O aumento da pena de Lula fica mais esquisito quando se nota que objetivo nítido é evitar prescrição. Mas este critério não consta do Código Penal como legítimo para sustentar dosimetria das penas. Nem Lula, nem ninguém, pode ser condenado a 12 anos de prisão com base em alegados indícios e em palavra de delator. Ou seja, provas de baixíssima qualidade. É o que dizem a Constituição e as leis brasileiras".

10 - Lula: "Eu agora estou condenado outra vez por um desgraçado dum apartamento que eu não tenho. Ora, se eles me condenaram, me deem o apartamento, poxa. Eles podem prender o Lula, mas não podem prender o sonho de liberdade, a esperança”.