Dois senadores alagoanos alvos da Operação Lava Jato ou de desdobramentos da investigação, ficarão sem o chamado foro privilegiado caso não se reelejam no pleito de 2018. Renan Calheiros (MDB) e Benedito de Lira (PP) estão na lista que conta com mais de 50 nomes entre aqueles cujos mandatos encerram neste ano. 

O foro privilegiado (por prerrogativa de função) blinda, por direito, o presidente da República, os ministros, senadores e deputados federais que apenas poder ser serem julgados pelo Supremo.

Sem isso, os senadores passariam a responder judicialmente a instâncias inferiores. Como alguns senadores são alvos da Operação Lava Jato, passariam a ser julgados pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela operação em Curitiba (PR).

Na berlinda

Entre os investigados que podem ficar sem mandato e por tabela sem o privilégio do foro, estão os senadores por Alagoas Benedito de Lira (PP) e Renan Calheiros (MDB). A lista da degola traz ainda o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o líder do governo e presidente do MDB, Romero Jucá (RR), o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ) e o líder da minoria; Humberto Costa (PT-RJ). Os quatro são alvos da Lava Jato.

O senador Biu de Lira, líder do Partido Progressista, é investigado na Lava Jato e pode ficar sem mandato e sem foro caso não se reeleja este ano. O parlamentar disse, em sua defesa, que a Procuradoria Geral da República (PGR) não apresentou nada contra ninguém, 

“Um inquérito já foi arquivado. O outro vai ser arquivado também, porque é uma repetição do primeiro. Pelo comportamento do Supremo, que não está julgando por mídia, mas pelo que tem no processo, e no processo a Procuradoria Geral da República não apresenta nenhuma vírgula contra ninguém. Há apenas insinuações de delatores. Não juntaram nenhuma prova, nada”, disse Benedito de Lira.   

O ex-presidente da Casa, Renan Calheiros, também é investigado na Lava Jato e terá de enfrentar as urnas em Outubro. Para o senador alagoano não existe fundamento nas acusações e nem sequer lógica nas narrativas dos autos. 

“São acusações infundadas, frutos de perseguição e generalizações feitas pelo antigo grupo do Ministério Público. Apresentaram denúncias sem provas, com base em declarações de delatores que sequer me conhecem. O STF arquivou seis denúncias. As outras também serão arquivadas porque não há provas. Não há sequer lógica nas narrativas”, disse Renan Calheiros.