A cabeleireira Maria Laura da Silva, de 38 anos, viveu um grande susto esta semana. O seu filho, de 6 anos, engoliu, acidentalmente, uma pilha-botão durante um desafio proposto pela irmã, de 12 anos. A ideia era ver quem conseguia ficar por mais tempo com o dispositivo na boca. O resultado foi a internação urgente no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, onde o objetivo foi retirado e a vida da criança salva.

 

Estava tudo tranquilo no lar da família durante o domingo (10), Dia dos Pais. As crianças estavam no quarto e os pais em outras áreas da casa, localizada no Clima Bom, na capital alagoana. De repente, ambos ouviram os gritos do caçula, que assustado não conseguia explicar o que havia acontecido. Mais assustada ainda, Maria não sabia o que fazer imediatamente, tentou fazer massagens para causar a volta da pilha, sem sucesso.

 


 

 

“Então a minha mãe me aconselhou a levá-lo para uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento]. Lá, fizeram o raio-x e viram que ela estava na região do abdômen. Como não tinham como retirá-la, pois se tratava de uma unidade pré-hospitalar, informaram que iriam solicitar a transferência para o HGE e me apeguei nas afirmações de que a unidade conta com os melhores médicos”, recordou a mãe.

 

A criança foi acolhida pela equipe multidisciplinar da observação pediátrica do HGE e submetida a mais exames. O médico pediatra indicou a avaliação do endoscopista, que identificou a necessidade de preparar o centro cirúrgico para realizar o procedimento de retirada da pilha. A intervenção foi realizada com sucesso, porém o menor permanece internado por precaução e segurança.

 


 

 

“Engolir uma pilha, especialmente uma pilha-botão, é extremamente perigoso e pode matar. Ao entrar em contato com a saliva, ela desencadeia uma reação química que causa danos graves ao sistema digestivo. Além disso, o dispositivo pode gerar queimaduras químicas e obstrução do trato respiratório. As lesões podem surgir em vários órgãos, como esôfago e estômago, com risco de perfuração e sangramento”, alertou o médico pediatra do HGE, Carlos Vinícius Jorge.

 

Orientação

 

Em caso de ingestão de pilhas, a orientação é buscar imediatamente uma unidade de urgência emergência, ou acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Não é recomendável provocar o vômito, pois essa movimentação aumenta o risco de danos. Também não é bom beber líquidos ou consumir alimentos. E na hora que o médico examinar, é importante indicar qual foi o tipo de pilha engolida.

 


 

 

“Como prevenção, os adultos devem manter as pilhas fora do alcance de menores e se certificar que nos aparelhos elas estão em compartilhamentos devidamente fechados. Também é importante que os pais conversem com os seus filhos explicando o porquê de ser perigoso pôr a pilha na boca. E se a pilha for posta no nariz ou no ouvido, fique atento aos sintomas de dor e não administre gotas nasais ou auriculares. É buscar atendimento médico imediato”, reforçou o pediatra do HGE.