São casos completamente diferentes, mas que mostram como o país está esfacelado do ponto de vista de valores. Mas o fato é que o simbólico Papai Noel existe, aponta saídas que significam presentes para figuras execráveis da política nacional, dependendo por qual ângulo a gente avalia os casos.
Preso em Curitiba, o famoso ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sabe que além dos amigos e aliados que tem no comando do governo federal precisa manter a sua individual força política. Como não há como ser candidato, teve uma ideia, digamos, genial.
Por isso acredito que a solução que surgiu em sua mente brilhante caiu-lhe como um presente de Papai Noel – suspeito que Eduardo Cunha, por ser um homem religioso, crê nessas questões divinas, abençoadas.
Pois bem, o ex-deputado pelo Rio de Janeiro decidiu que precisa ter alguém do seu sangue em Brasília para representá-lo na Câmara dos Deputados. A pessoa escolhida foi a sua bela e jovem filha, Danielle Ditz da Cunha. Como geralmente fazem os caciques políticos de Norte a Sul, negócios de família devem ser comandados por alguém do mesmo sangue.
Papai Noel também existe para o promotor do Ministério Público de São Paulo, José Carlos Blat, um dos responsáveis pelas investigações sobre o ex-prefeito Paulo Maluf. "Papai Noel existe", disse Blat após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, que determinou o cumprimento da pena de sete anos, 9 meses e 10 dias a que foi condenado o deputado federal pelo PP.
Agora, certamente Maluf não acredita na existência de Papai Noel. Assim vai vivendo no imaginário popular o bom velhinho que, ora há quem acredite em sua existência, ora há quem duvide, além daqueles que simplesmente não se importam, com exceção do comércio que comemora e apregoa a sua existência para faturar mais.
De qualquer forma, daqui deixo o “Feliz Natal e Próspero Ano Novo para Cunha e Maluf”, estejam (presos) onde estiverem.