Esta quinta-feira (30) não tem sido apenas um dia de más notícias na área política, jurídica e policial para o ex-governador Teotonio Vilela – tema que trato logo em seguida. É que hoje será sacramentada a entrada do ex-tucano Renato Rezende, prefeito de Pilar, em um partido da base de apoio de Renan Filho.
Foi o próprio governador quem escolheu o PV como a nova morada do jovem prefeito. Um dos motivos da escolha da nova sigla é que o município tem vocação com a questão ambiental por ser banhado pelo complexo Lagunar Mundaú-Manguaba.
O vereador por Maceió, Sílvio Camelo, preside o partido e deve disputar uma vaga na Assembleia Legislativa. O PV discute com o PRTB, Podemos, entre outras siglas, o lançamento de uma chapa de deputado estadual e federal.
A posse de Renato Rezende será na sede do partido, na Rua Guedes Gondim, Centro, às 17 horas. No governo Renan Filho o PV comanda o Lifal e foi responsável pela elaboração do programa do governo na área ambiental.
Teotonio Vilela e a PF em casa
É de conhecimento no meio político que o Canal do Sertão sempre foi uma fonte financiadora de campanhas políticas em Alagoas. Emendas parlamentares e influência de detentores de mandatos eletivos sempre carregaram recursos para as intermináveis obras que se arrastam há décadas.
Milhões pra cá ou pra lá, o envolvimento desse ou daquele, não é disso que pretendo tratar, até porque há reportagens aqui no Cada Minuto esclarecendo os fatos de agora. Mas sim sobre as implicações na eleição de 2018 e, principalmente, na vida familiar do ex-governador.
1 – Quem milita na política sabe que Teotonio Vilela tem uma vida particular reservada e a familiar ainda mais. Dizem que a mulher dele, a discretíssima Cíntia Sampaio Vilela, não gosta de política, não convive com político, não recebe nem faz sala para político.
2 - Ou seja, a residência do ex-governador nunca foi o lugar ideal para que prosperassem conversas e decisões com terceiros sobre o ofício que ele exerce.
3 – Contam que esse distanciamento da mulher também ocorre com os filhos do ex-governador. Sendo assim, deduz-se que a política não tem espaço no ambiente familiar.
4 – Mas, por ironia do destino quem bate à porta no início desta manhã não foi nenhum político apressado, e sim a Polícia Federal procurando documentos, mexendo em computadores, abrindo gavetas e circulando pelos cômodos do apartamento. Deve ter sido extremamente desagradável e traumático para quem sempre tentou manter o espaço familiar livre dos desagradáveis políticos.
5 – Essa situação de suspeito e investigado trará dificuldades para a candidatura do ex-governador ao Senado. Além de ser visto pelo eleitorado como responsável por irregularidades, vai carregar consigo essa negatividade que pode contaminar Rui Palmeira, caso este aceite disputar o governo de Alagoas.
6 – É que o prefeito é um dos poucos políticos que não é investigado e não responde a processo por falcatruas. E em um momento da vida nacional em que a atividade política é vista como coisa de bandido, isso deverá pesar muito na decisão do eleitor.
7 – Por fim, como já disse em outras postagens, as operações em âmbito nacional continuam e elas poderão ter muita influência sobre as eleições locais. Prisões, delações premiadas bombásticas, enfim, tudo isso ainda pode acontecer.
Aguardemos e vida que segue.