Embora a bolsa de valores tenha apresentado ótima valorização nesta terça-feira (3), a última pesquisa Datafolha deixou o mercado financeiro em polvorosa. Os grandes especuladores, analistas de investimentos, economistas de bancos e de corretoras tentavam avaliar os resultados.

As duas situações que eles não engolem é o crescimento e a liderança de Lula, o segundo lugar de Jair Bolsonaro e a pontuação baixa dos dois candidatos que mais agradam aos seus projetos e objetivos: Um é Geraldo Alckmin. O outro e principal é o prefeito de São Paulo, João Doria, ambos do PSDB.

São esses dois políticos que mais se aproximam do que defendem e que lhes é bastante lucrativo que, no caso, é privatização das empresas estatais, nenhum ou redução de programas sociais, nada de estado de bem estar social, reduzir a proteção ao meio ambiente, abertura total para empresas estrangeiras, entre outras ideias.

Entre a turma desse setor – que vive e pensa que no mundo só existe o mercado e para ele tudo deve estar voltado - começou a ser distribuída, inclusive para clientes, uma série de análises sobre o quadro sucessório.

A primeira delas foi uma reportagem com o presidente do PDT, Carlos Lupi, que avalia como ponto mais positivo do Datafolha “o fato de Ciro Gomes ter o menor índice de rejeição entre os nomes apresentados”.

Quanto ao desempenho de Lula, ele bota na conta da rejeição do presidente Michel Temer, a quem considera como “o maior cabo eleitoral” do ex-presidente.

Sobre Marina Silva, Lupi parece desprezar a pontuação da ex-senadora ao afirmar que é devido as lembranças das duas últimas eleições presidenciais e crava que ela não deve perdurar no páreo.

A análise do presidente do PDT é semelhante para Bolsonaro, que crava que o parlamentar não conseguira se manter na segunda colocação. “Vai ter aqui e ali os votos dos mais extremistas, mas ele não aguenta uma presidencial. Aliás, lembra que o filho dele desmaiou no primeiro debate para a prefeitura do Rio? Vai que ele enfarta no debate presidencial. Já pensou?", alfinetou Lupi.

O segundo documento a circular no mercado foi um texto de uma avaliação de um auxiliar direto (o nome não foi revelado) de Michel Temer sobre a pesquisa. Ele avalia cenário, o PT, voto em Lula, Bolsonaro e o debate econômico.

Sobre o cenário diz que ”sem um candidato claro de sucessão do governo atual” tudo fica muito indefinido. E lembra que em 1993, nessa mesma época, “FHC era candidato apenas ao Legislativo”, o que significa que há muito tempo para o quadro mudar.

O PT, com ou sem Lula, “será elemento central na eleição, até porque haverá um debate opondo o modelo liberal atual ao assistencialismo e paternalismo dos anos Dilma e Lula”. Analisa, ainda, que o voto em Lula é “em parte pelo petismo e em parte pela comparação da situação econômica. Até ano que vem, situação terá melhorado e parte desse voto pela comparação econômica pode migrar dele”.

Por conta disso acredita que o debate econômico deverá ser importante, o que abre uma janela para o que chama de “solução Meirelles”, sem que necessariamente seja o atual ministro da Fazenda o candidato, mas alguém com o seu perfil e que encampe essa agenda do atual governo.

A análise também duvida da candidatura Jair Bolsonaro. Acha que ele herda a insatisfação de parte da população, tem intensidade elevada, “mas não tem narrativa própria” e inda não transmite confiança.

Por fim, conclui que numa eleição também são fundamentais dois pontos: Estrutura partidária e institucional, além da grande estrutura política, que reúne governo e partidos de coalizão.

De fato, essa avaliação não deixa de ter muitas razões. Como essas questões estão indefinidas, a entrada delas em alguma direção altera o cenário.

Portanto, mais uma vez aguardemos.