Em 2014, Alagoas perdeu o único Ambulatório Transexualizador - diz vereadora.

28/09/2017 02:37 - Eu, Mulher Trans
Por Sophia Braz
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Mulheres transexuais anseiam colocar próteses e retirar o órgão genital masculino para adequar o corpo à forma com a qual elas que se reconhecem,os homens trans aguardam a retirada das mamas por ver nos seios uma característica feminina, incompatível com sua identificação, mas homens e mulheres trans de Alagoas não tem esse direito.

O processo transexualizador foi instituído pelo SUS por meio da portaria N° 1.707 e N° 457, de agosto de 2008, e ampliado pela portaria de número 2083, de 19 de novembro de 2013. Processo que garante o atendimento igual de saúde para pessoas trans, incluindo acolhimento e acesso aos serviços do SUS, desde o uso do nome social, passando pelo acesso a hormônio terapia, até a cirurgia de adequação do corpo biológico a identidade de gênero e social.

Em conversa com Tereza Nelma ,pergunto o que ela pode fazer para buscar esse direito para pessoas trans de Alagoas e qual a sua posição sobre o assunto?

Teresa diz como membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Maceió, cidadã e representante do Povo, sente-se frustrada de ver que apesar da Lei vigente, isso ainda não é colocado em prática em nosso estado.

Revela que o ambulatório transexualizador, que funcionava na Universidade Federal de Alagoas, foi fechado em 2014 com alegação de falta de demanda. E questiona: Como assim falta de demanda? Informações inconstantes, já que não existem mais vestígios deste ambulatório e muito menos documentos que comprovem os serviços que foram ou deveriam ter oferecido. O que há hoje são pequenos esforços para que esse ambulatório volte a funcionar.

De acordo com parâmetros existentes em outros estados brasileiros, geralmente esse mecanismo é proposto pelo Estado e custeado pelo Governo Federal.

Em Maceió, Conselho Municipal de direitos e cidadania LGBT e Assistência Social de Maceió, estão estudando uma forma de garantir que as pessoas LGBTs tem um centro de referência para receber essa demanda, não para a realização do processo transexualizador em si, mas para o atendimento psicossocial, jurídico, e possíveis encaminhamentos firmados com outros estados, para o início do processo transexualizador. Ora então apenas estudos.

Teresa afirma que busca e Luta pelos direitos LGBT, diz que já criou uma série de leis e decretos que constrói novos espaços de sociabilidade e respeito da dignidade humana das pessoas LGBT, como a lei de nº 5.571, de abril de 2009, quem institui a data de 17 de Maio como dia Municipal da homofobia, e a Lei Nº 5.831, de novembro de 2009, que estabelece a data de 28 de junho, como dia Municipal do orgulho LGBT, dentre muitas outras.

"É preciso que haja forte sensibilização de todas as esferas sociais, para que essa lei seja colocada em prática, em toda Alagoas e possa beneficiar homens e mulheres trans que tanto precisam de apoio e políticas públicas que auxiliem, nessa luta, ainda tão difícil" - sintetiza.

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