Não são apenas as pesquisas eleitorais que revelam um imenso muro que separa o cidadão da classe política. Mas também a continuidade das ações policiais, das novas e contínuas delações e os desdobramentos da Operação Lava Jato.

Por conta disso, deputados, senadores, governadores e ex-governadores não podem cravar que serão candidatos em 2018. Muitos estão no corredor da morte temendo a canetada do juiz. É esse o quadro de vários políticos alagoanos, bem como em outros estados.

É por isso que alianças não são fechadas. O quadro não é claro. Não se sabe, por exemplo, se Lula, por conta dos processos que enfrenta, será candidato. Com ou sem ele as situações são diferentes, mas implicam na construção e definição de candidaturas e formação de grupos porque muda o posicionamento de Bolsonaro, Alckmin e Doria. E aí o plano nacional interfere na realidade local.

Além disso, pode haver mudança na legislação eleitoral já em discussão no Congresso Nacional – prazo é até 7 de outubro, 1 ano antes das eleições. Outra situação é que até 7 de abril de 2018 é possível mudar de partido - seis meses antes das eleições. Ou seja, muita coisa ainda pode e vai acontecer.

Alguns aguardam e conversam. Muitos torcem para que os ventos do judiciário empurrem do corredor da morte para o cadafalso definitivamente os políticos alagoanos investigados, delatados e denunciados nas últimas operações, o que confirmaria o vácuo na política alagoana. Essa perspectiva gera um grande leque de possibilidades.

Mas pode também nada acontecer e ninguém ser condenado. Por isso é que a regra atual é conversar e observar para onde vão soprar todos os ventos e se teremos tormentas e vendavais.

Também por isso Rui Palmeira e outros esperam o calendário eleitoral andar e 2018 chegar. Assim como João Caldas já se apresenta para o Senado.

Eleição é como como um cavalo selado: se passar e não for montado já era.