O leitor deve lembrar que durante os dois mandatos do ex-governador Teotonio Vilela (PSDB), 2007-2014, Alagoas era um estado perfeito, administrado por um governo transformador. Nas entrevistas e nas intensivas propagandas governamentais a ideia vendida era a de que quem governou anteriormente não prestou e que agora seguíamos para o “paraíso”.
Porém, o desabamento de tetos de escolas, a violência desenfreada, entre outras falhas administrativas, revelaram um governo fraco, uma gestão frágil que “vendia”, na verdade, via marketing intensivo, uma realidade inexistente.
Ao final do governo o desgaste na imagem do chefe do Executivo era tão grande que ele sequer conseguiu disputar um novo mandato, muito menos apresentar nomes competitivos para governo e senado. A verdade é que Vilela ficou até o fim da gestão engessado e impedido pela imensa rejeição popular.
Porém, quatro anos depois e apostando na memória curta por parte da população, prepara o seu retorno mirando uma candidatura majoritária em 2018. Durante este mês ele vai mostrar, em inserções do PSDB na TV e rádio, o "mundo perfeito" que construiu. Vai puxar para o seu governo, por exemplo, as obras do Canal do Sertão.
Obras que, na verdade, tiveram continuidade e só avançaram graças aos governos Lula-Dilma e da ação da bancada alagoana na Câmara e no Senado. Claro, ao Estado cabia o projeto, o gerenciamento e uma ínfima contrapartida.
O fato é que o ex-governador necessita urgentemente de um mandato, do tal ‘foro privilegiado’. É que ele foi citado em situações que ainda precisam de esclarecimentos jurídicos – é o caso da construtora Gautama.
E mais recentemente nas delações de executivos das construtoras flagradas na Lava Jato. Ou seja, as obras do Canal do Sertão também estão no pacote de delação das maiores construtoras brasileiras envolvidas no esquema de distribuição de propinas ao mundo político brasileiro.
Portanto, caro leitor, o “mundo perfeito” do governo Vilela está de volta.
Será uma aposta na falta de memória da população?