A violenta idéia de que ser mãe é suportar tudo.
A maternidade chega ao nossos braços quase que obrigatoriamente desde a primeira boneca que ganhamos na infância. Enquanto os meninos costumeiramente brincam com objetos e jogos que estimulam a cognição, lá estamos nós: Cheias de filhos e panelinhas.
O fato é que a sociedade é cruel quando substituímos nossas bonecas por filhos de verdade. Caem em nossos ombros a maior parte da obrigação, romantizam quando o homem não cumpre o seu papel e precisamos suprir sua falta e acham que nosso fado é suportar absolutamente tudo simplesmente por sermos mães.
Não se importam se a nossa saúde mental está sendo prejudicada. Não se importam se o filho ingrato feriu a alma de uma família inteira. Quase nunca perguntam a uma mãe se ela está bem ou se precisa de ajuda, como se sua sina fosse ser engolida e sobrecarregada dia após dia pelo vínculo materno.
Ninguém questiona, protege a mulher ou faz isso com os homens.
Filhos podem ser abusivos. Tóxicos. Algozes. Manipuladores. Sujeitos ativos no processo de adoecimento.
(Na mesma proporção que os pais também pode ser, é verdade).
Mas quem vai ter o olhar amoroso sobre uma mãe que sofre e vai entender que ela é um ser humano com limites e limitações como qualquer outro?! Quem vai ouvir seu pedido de ajuda? Quem?
Por um feminismo que acolha também as nossas mães. Facebook: Carla Perdigão;
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