O parto da mulher surda e a violência da falta de comunicação.
Esivete Javarotti é enfermeira e estudante de libras e vem contribuir suscitando uma discussão necessária: Quem consegue entender as mulheres surdas na maternidade?
"O parto é um evento único, transformador e cheio de significados individuais. Também pode ser um evento dolorido e repleto de medos e ansiedades se esta mulher não for devidamente acolhida no seu pré-natal", afirma Esivete.
A enfermeira fala ainda do alto grau de constrangimento da mulher surda ao dar entrada na maternidade e esta não conseguir uma comunicação direta com a equipe: "Não podemos ignorar sua existência. Fornecer uma assistência segregadora é fomentar as desigualdades, é colocar a mulher surda numa condição de extrema submissão, muito longe do protagonismo e do empoderamento que a mulher precisa assumir neste contexto, é praticar a violência obstétrica de não comunicá-la sobre os procedimentos e não perguntar seus desejos,vontades e sentimentos."
Javarotti ressalta ainda sobre a importância de sensibilização da sociedade para o assunto: "É um absurdo que o serviço de saúde não esteja pronto pra receber pessoas surdas e que ignorem esta realidade de tal forma que deixem, muitas vezes, a mulher vulnerável a decisões que seriam unicamente dela, nas mãos de seus familiares."
Finaliza, emocionada: "Quem se preocupa em entender e acolher estas mulheres?"
Dúvidas? Facebook: Esivete Batista
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