Até mesmo os intelectuais do PSDB reconhecem que o partido morreu, virou defunto. Se até bem pouco tempo estava apoiado em nomes como Mário Covas, Franco Montoro, Serra, FHC – e mais recentemente Aécio Neves -, entre outros, agora não mais.

Alguns foram atingidos pelo tempo. Outros pela suspeita de graves irregularidades, de recebimento de propina. Assim, hoje, falar do PSDB é falar de defuntos.

“O PSDB não é mais um partido. Funcionava como um partido quando as decisões eram tomadas em bons restaurantes e todos estavam de acordo. Agora isso não há mais. E não existe alguém como Lula para aglutinar todos", diz o filósofo e professor universitário José Arthur Giannotti, principal referência intelectual do PSDB.

De fato, uma pena que o PSDB tenha chegado a esse ponto. E isso ocorre no momento em que o País enfrenta uma crise política, policial, social, econômica e jurídica de maior gravidade do que a de 1964.

Só que naquela época a saída veio com os militares. Eles mataram, perseguiram, torturaram, mas botaram ordem. Hoje essa possibilidade é inviável. Então qual é a única saída possível? Ora, a política, por mais incrível que possa parecer.

E a proposta, que não é nenhuma novidade, voltou a ser citada pela ex-senadora Marina Silva. Ela defende um diálogo entre Lula e FHC, os dois maiores representantes das forças políticas, para que uma saída para o estrago causado pela própria política seja encontrada.

Recentemente éramos a oitava economia do mundo, agora temos 14 milhões de desempregados, desesperança e um governo comandado por uma organização criminosa.

Nunca é tarde para o entendimento. Aliás, é urgente que isso ocorra. Caso contrário continuaremos em queda livre até o fundo do poço, que ninguém conhece onde termina.