Os deputados estaduais Ronaldo Medeiros e Nezinho Pereira têm sido contrários e bastantes críticos quanto ao aumento da fiscalização eletrônica e os limites de velocidade em Maceió. Acusam o município de estar criando uma indústria de multas.

Bobagem deles? Nada disso. É, na verdade, estratégia e sabedoria, dependendo do que pretendem alcançar. Se for para conquistar eleitores revoltados por causa das multas que sofreram, é estratégia. Assim como também pode ser estratégico criar um fato negativo contra o possível candidato e principal adversário do governador Renan Filho em 2018, o prefeito Rui Palmeira.

Mas também pode ser pura sabedoria, daquelas que os deputados alagoanos sempre souberam construir. Primeiro cria-se uma polêmica sobre um tema popular bem pertinho da eleição. Depois é instalada uma CPI que não dá em nada, ou cria-se uma pendenga judicial. Porém, nesse meio tempo, o objetivo é alcançado: cargos, ou ajuda para a eleição, ou as duas coisas.

Desculpe, caro eleitor, mas é só no que dá para pensar. Caso o parlamento tivesse interesse sério sobre o tema consultaria um especialista em segurança no trânsito – no DETRAN tem gente com capacidade, no Crea também.

 Imaginar que uma lombada física é melhor do que uma eletrônica é como acreditar que é mais seguro e confortável voltarmos a andar em veículos movidos por tração animal – carroças puxadas, por burros, cavalos, jegues, jumentos, boi, vaca, homem, mulher, enfim.

Fiscalização eletrônica surgiu para dar maior segurança aos condutores e pedestres, coisa que o quebra-molas não dá porque atrapalha o fluxo e ainda pode causar acidentes. Ultrapassou o limite de velocidade, descumpriu, vem a multa, está na legislação. E só assim, com punição pecuniária, é que respeito e cidadania funcionam no trânsito.

Os deputados também reclamam que o limite de velocidade, nas madrugadas, vai deixar o condutor exposto à violência. Se esse é o problema, não seria melhor cobrar do governo que defendem mais segurança?

Bom, como tais autoridades procuram um tema que lhes dê um bom discurso, vai aqui uma dica séria e gratuita: Os bancos oficiais e privados em Mata Grande, Canapi e Inhapi ameaçam cerrar – não reabrir - as suas portas definitivamente por conta dos violentos assaltos que sofrem. Caso isso se concretize, o prejuízo para o comércio será imenso, inclusive com desemprego.

Ora, os bancos vão sair dos municípios por falta de segurança, certo? Na região falta policial civil, militar, estrutura, enfim, falta tudo nessa área. Esse é um tema que eles poderiam cobrar do governador, de quem são aliados, não é mesmo?

Será que têm coragem, compromisso e disposição?

Se não têm, o papo é “grosélia”!