O serviço da empresa Uber pode está com os dias contados em Maceió. Após a Câmara de Vereadores aprovar o projeto de lei que regulamenta o Serviço de Transporte Motorizado Individual Remunerado de Passageiros, motoristas da Uber estão se reunindo para recolher assinaturas para um abaixo-assinado. Segundo o representante da Uber, Cristiano Cavalcante, se a medida for aprovada, o aplicativo não funcionará mais em Maceió.
Ainda de acordo com representante, os motoristas da empresa se reuniram para recolher nomes contra a proposta. “Nós estamos procurando alternativas, teremos reunião com representantes, iremos contatar o Ministério Público. Se nenhuma opção for aceita, ainda podemos fazer um protesto, mas não vamos aceitar o projeto”, disse Cristiano.
De acordo com Cristiano, o Uber ainda tem um prazo de 90 dias para recorrer ao projeto. “Se a população estiver ao nosso lado, nós não iremos acabar. Nosso meio de transporte beneficia a todos, pessoas da classe média baixa agora tem mais um modo de se locomover, com a Lei aprovada, quem perde é a população”, disse.
Cristiano Cavalcante disse ainda que nesta quinta-feira (10) uma reunião será realizada para o acompanhamento do processo e que o projeto é um jogo de política. “São 15 vereadores contra nós, disseram que iriam convidar um membro da Uber para entender como funciona, mas não houve contato. Eles querem se beneficiar, não ajudar o povo”,
O motorista Mayron Rodrigues disse que outro ponto agravante, caso a lei seja aprovada, é o preço que pode ficar mais caro para os passageiros. “Não concordo com o projeto de lei e os políticos só fizeram isso por interesse próprio, além de que vai prejudicar os usuários com preços mais caros. Agora quero saber se eles só vão cobrar a taxa, mas e nossas vantagens? vamos também transitar na faixa azul? vamos ter Isenção de IPVA e descontos em compras de veículos como os taxistas?”, indagou.
A reportagem do Cada Minuto entrou em contato com o presidente do Sindicato dos Taxistas, Ubiraci Correia, que informou que a regulamentação serve para os aplicativos da cidade e que a solicitação partiu da categoria dos taxistas, visto que o sindicato entende que toda a atividade no Brasil deve ser regulamentada.
“Devido à falta de fiscalização do órgão, de segurança para os usuários e para os próprios motoristas da Uber que precisam trabalhar em algo que tenha segurança, a regulamentação é tudo que a gente queria porque concorrer com algo clandestino é sempre prejuízo para quem está regularizado e pagando imposto”, enfatizou.
Ubiraci também ressaltou que se o aplicativo precisa ser regulamentado é porque é irregular. “É o mesmo serviço que nós, taxistas, fazemos. O prejuízo estava grande para a classe que teve uma queda de 50% no faturamento”, finalizou.
Nota Uber
Em um comunicado oficial, a empresa Uber se manifestou sobre a aprovação do projeto de lei e disse que os vereadores de Maceió enquadraram inovações tecnológicas em regras do século passado. Confira a nota na íntegra:
Ao aprovar o projeto de lei 120/2017, os vereadores de Maceió enquadraram inovações tecnológicas em regras do século passado. Assim, perderam a oportunidade de usar a tecnologia para o bem das pessoas e ceifaram oportunidades de geração de renda e o direito de escolha de milhares de maceioenses.
A Uber lamenta que os vereadores não tenham aberto o diálogo junto aos aplicativos de mobilidade e à sociedade, aprovando o PL em quatro dias e sem a realização de uma única audiência pública.
Cidades como Vitória e São José dos Campos escolheram aprovar, de forma transparente, regulamentações modernas que estimulam a inovação e atraem investimento. O projeto de lei 120/2017 vai na direção oposta e pode inviabilizar alternativas de mobilidade como a Uber na cidade de Maceió.