Não está fácil a vida do ex-símbolo da oposição, senador Aécio Neves (PSDB-MG). Ele enfrenta mais uma imensa dor de cabeça a partir da delação do publicitário Marcos Valério feita à PF, que aguarda que o acordo seja homologado pelo STF por envolver políticos com foro privilegiado.
De acordo com o que foi vazado, Valério revelou como funcionou a operação para retirar da Comissão Parlamentar Mista de Investigação dos Correios (CPMI), em 2005, documentação que mostrava a relação do Banco Rural com o PSDB de Minas.
O publicitário afirma que o senador recebia 2% do faturamento brutos dos contratos da sua empresa de publicidade com o Banco do Brasil no governo de FHC e que suas agências também participaram do financiamento da atividade política de Aécio desde os anos 90.
Dizem que todas as informações de Marcos Valério foram gravadas, e que documentos comprobatórios foram apresentados ao Supremo. O então ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o das Comunicações, Hélio Costa, também teriam sido beneficiados no esquema, assim como o PT e o PMDB durante o governo Lula.
Marcos Valério cumpria pena de 37 anos de prisão pela ação do mensalão na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG), e foi transferido para a Associação de Proteção e Assistência a Condenados (Apac), em Sete Lagoas (MG), a pedido da PF.
O senador Aécio Neves disse que jamais participou de qualquer ato ilícito praticado pelo publicitário, assim como negou ter sido financiado por meio das agências. Através de nota da assessoria, Aécio Neves disse ainda que “é preciso que acusações feitas por delatores sejam sustentadas por provas verdadeiras, sob o risco de servirem, unicamente, para que réus confessos obtenham a impunidade penal”.