A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência discutiu, nesta quarta feira (12) as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência e ou mobilidade reduzida, no caso mais específico pessoas com nanismo. O debate foi proposto e presidido pela Deputada Federal Rosinha da Adefal (PTdoB/AL).
Existem no Brasil, de acordo com estimativas, aproximadamente 20.000 pessoas com nanismo, que são pessoas cuja estatura varia entre 70 cm e 1,40 m. São pessoas com inteligência e capacidades intelectuais totais.
De acordo com os palestrantes, apesar de nas últimas décadas, a medicina ter conseguido amenizar vários dos efeitos colaterais da deficiência, como o sobrepeso e o desgaste da cartilagem dos ossos, esses avanços, entretanto, foram insuficientes para acabar com todos os estigmas e dificuldades que as Pessoas com Nanismo enfrentam.
Para a deputada Rosinha da Adefal, existe, em primeiro lugar, a dificuldade de acessibilidade encontrada em diversos locais. “As Pessoas com Nanismo precisam de ajuda para alcançar os botões do elevador, entrar no ônibus, subir escadas ou assistir a um filme no cinema. A maior parte das lojas, produtos e serviços ao público, como prateleiras, degraus de transportes, balcões de atendimento, caixas eletrônicos, entre outros não estão em uma altura acessível às pessoas com nanismo, dificultando sua autonomia”, explica a parlamentar.
Para a autora do requerimento, outro problema, ainda mais grave que a falta de acessibilidade, é a falta de respeito e reconhecimento com os indivíduos com nanismo, que são por vezes tratados como crianças ou ridicularizados.
Estimativas apresentadas no debate apontam que o preconceito resulta em um número muito grande de depressão e suicídios entre as pessoas com nanismo. Não só no Brasil, como em todo o mundo.
A presidente da Associação de Nanismo do Rio de Janeiro, Kênia Rio, agradeceu a parlamentar pela realização da audiência, pois esse tema muitas vezes é deixado de lado ou ignorado pelos movimento sociais, sociedade e Governo. “É uma oportunidade muito importante para a gente, a primeira aqui na Câmara Federal. Eu fico emocionada, pois não é fácil”.
Segundo a jornalista Kátia Maria Fonseca Dias Pinto, falta mobilização e apoio da mídia e campanhas de conscientização para promover o respeito e a quebra do mito. “Precisamos aparecer, estar nas peças publicitárias, nas campanhas, mostrar a realidade, mostrar que somos pessoas com vidas comuns, descaracterizar esse estigma que nos persegue, essa conotação jocosa”, sugere.
Foram convidados ainda para participar da audiência, Gisele Rocha, mãe de criança com nanismo; a vereadora de Irecê (BA) Meire Joyce Souza Figueiredo; coordenador geral da acessibilidade do Ministério dos Direitos Humanos, Rodrigo Machado; e o especialista em Infraestrutura Sênior do Ministério das Cidades, Yuri Rafael Della Giustina.
“Respeito, dignidade, acessibilidade e visibilidade nas políticas públicas, na mídia e na sociedade é o que precisamos para promover a mudança que as pessoas com nanismo precisam e merecem na sociedade”, concluiu Rosinha da Adefal.