Silencioso, reservado, cauteloso com as palavras. Assim tem sido Rui Palmeira sobre 2018. Ser ou não ser candidato? Aos assessores mais próximos responde que ‘não é hora de tratar disso’ e proíbe que o tema volte a ser tocado.

Desconfio que Rui responda da mesma forma se for questionado pelos mais íntimos: seus pais, tios e esposa. E tem razão. Dos detentores de cargos majoritários em Alagoas apenas ele e o senador Fernando Collor não terão que passar pelo julgamento das urnas em 2018, ao contrário de Renan Filho e dos senadores Renan Calheiros e Biu de Lira.

Portanto, a situação do prefeito de Maceió é mais do que confortável, é privilegiada. É o candidato para qualquer cargo, caso queira.

Mas também sabe que se cometer o erro de antecipar uma possível candidatura terá que, já agora, com quem buscar ou fechar acordo, abrir espaço na estrutura do município.

Além disso, há o financiamento das candidaturas para deputado estadual e federal, geralmente cabendo a maior parte do custo aos candidatos mais importantes, caso do governador e senadores.

Ou seja, precisa construir um grupo de amplitude estadual. E aí corre o risco de desorganizar a máquina administrativa e a relação com a Câmara Municipal. Some-se a isso o fato de que 2018 ainda não está claro. O imponderável e o imprevisível rondam a política com tantas operações, delações e prisões numa história sem fim.

Definitivamente, Rui tem sido tratado como candidato a governador ou a senador sem jamais ter dado qualquer sinal. É um nome falado tanto quanto os mais citados. Dessa forma é feita uma propaganda enorme sobre o fato, o que lhe dá ainda maior visibilidade em Alagoas, como revelam as pesquisas que lhe dão excelente pontuação em todos os quesitos.

Nunca o estilo silencioso, reservado e cauteloso com as palavras de um político alagoano causou tão fortes calafrios e expectativas tanto nos possíveis adversários quanto nos simpatizantes. é que todos sabem que uma coisa será a eleição em 2018 com Rui Palmeira candidato. E outra sem ele.

Como diz o ditado, ‘a gente é dono da palavra não dita; e escravo da palavra dita’, o que talvez explique a estratégia do prefeito.