Aposto que se todos os fatos tornados públicos, somados as denúncias e as investigações hoje em curso contra o presidente Michel Temer fossem contra FHC, Lula ou Dilma no período em que estiveram no poder, certamente qualquer um dos três teria sido enxotado rapidamente do poder.
Dilma, coitada, a cada dia parece mais uma inocente. Caiu por causa das ‘pedaladas fiscais’, um crime tolo, infantil, inferior, pelo menos quando colocado diante dos fatos e atos de Michel Temer e seus companheiros.
Porém, talvez Temer seja a face real da maioria dos brasileiros, de todos os estratos sociais. Porque a cada dia que passa parece que ele está mais forte, como quem perdeu a vergonha e não se incomoda de ter sido pego e dedurado com provas substanciais de esquemas ilícitos.
O presidente viaja nesta segunda-feira (19) para a Rússia e Noruega e só retorna na sexta-feira (23), no exato instante em que o ‘caldeirão de dedurações’ está fervendo ainda mais.
Só que Temer tem a qualidade - ou será defeito? Nem sei mais! - de não temer e não ter absolutamente medo algum das investigações da PF, do MPF, ou de novas delações de empresários ou de seus aliados presos, o que deixaria fragilizado qualquer político ou empresário que enfrentasse situação semelhante.
Qual o motivo pra tanta coragem e disposição, podemos questionar?
Ora, caro leitor, a única chance que ele tem de se livrar de todo esse cerco, assim como livrar os políticos que o apoiam, foi decidida lá atrás, quando todos descobriram que não teriam o apoio irrestrito do governo Dilma para brecar a Lava Jato e controlar ministros do STF, juízes, policiais e procuradores.
A opção era a faixa presidencial ou as faixas no uniforme de presidiário. E isso ficou claro naquela conversa entre o senador Romero Jucá (PMDB) e Sérgio Machado quando falavam sobre “estancar a sangria”.
Será Michel Temer a verdadeira face apenas da política brasileira, ou será ele também a nossa cara?