Napoleão Nunes Maia Filho é ministro do Tribunal Superior Eleitoral e também ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Até esta quinta-feira (8) era dado como certo que ele votaria contra a cassação do mandato de Michel Temer.

O ministro, um senhor de cabelos totalmente grisalhos, é um dos citados por executivos da construtora OAS que fizeram acordos de delação premiada.

Como dito inicialmente, a banca de apostas coloca o voto de Napoleão a favor de Temer, assim como os de Admar Gonzaga, Tarcisio Vieira e Gilmar Mendes. Aguardemos.

No entanto, mesmo que sai vitorioso o governo Temer sabe que a batalha no TSE é apenas um dos muitos confrontos de um governo totalmente suspeito de crimes de corrupção, obstrução da justiça, por exemplo.

A próxima explosão será a denúncia que deverá ser apresentada pela PGR ao STF contra Michel Temer. Para enfrentar esse ataque, os generais de Temer estão arregimentando parlamentares da base para barrar a aceitação da denúncia, que precisa passar pela Câmara dos Deputados para prosseguir.

O governo diz que os parlamentares terão que optar se seguem a orientação do MPE e aceitam a denúncia ou se mantém as relações com esse governo.

Ou seja, o governo trabalha com a lógica do convencimento prático: cargos, liberação de recursos de emendas e ‘estrutura’.

E para barrar o pedido da PGR Temer precisa de apenas 172 votos para impedir que o processo seja aberto, portanto, um número pequeno, mesmo com a debandada de integrantes da base aliada, especialmente do PSDB.

Conclusão: A crise vai continuar, o TSE não resolve a crise política porque outras denúncias contra o atual governo deverão continuar pipocando, é claro.

Afinal de contas, são décadas de funcionamento desse esquema de propinas para financiamento de partidos e políticos.