Quando até um órgão como o Tribunal de Contas da União decide investigar especificamente um contrato da Odebrecht com a Petrobras que atinge o presidente Michel Temer, é porque a casa está ruindo e o cerco se fecha.
Segundo dois delatores da Lava Jato, numa reunião presidida por Temer foi acertada uma propina de US$ 40 milhões para o PMDB. O contrato era de prestação de serviços de segurança e meio ambiente para unidades da Petrobras no exterior, fechado em 2009 por US$ 825 milhões.
Pois bem, caro leitor, agora, de novo, e de volta, o TCU ao decidir reabrir esse caso é porque, definitivamente, os rumos da política, da polícia e do judiciário querem mesmo Temer e o seu grupo fora do governo.
Em outra frente, mas com o mesmo objetivo, agora é revelado que os investigadores da Lava Jato já sabiam que amigos de Temer atuavam no recebimento de propinas para o chefe.
Além do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) ter recebido R$ 500 mil em dinheiro em ação delatada pela JBS e gravada pela Polícia Federal, eis que aparece o coronel da reserva José Baptista Lima Filho, amigo de Temer, como recebedor de propinas.
Essa revelação já havia sido feita pelo sócio da Engevix, José Antunes Sobrinho, condenado a 21 anos de prisão pela Justiça do Rio pelo pagamento de propinas em Angra 3.
O mesmo coronel é o responsável pela indicação do almirante Othon Pinheiro da Silva junto a Temer e para a manutenção dele como presidente da Eletronuclear.
E “Othon esteve com Lima em reuniões com Michel Temer, conforme relatado diversas vezes ao colaborador por Lima". Através de Lima, o colaborador repassou R$ 1 milhão como apoio de campanha para suprir interesses de Michel Temer, segundo delatou Sobrinho.
Portanto, o cerco se fecha em volta do pescoço do presidente Michel Temer.