O presidente com cara de garçom de filme de terror de 5ª categoria sabe que caiu. A questão é o que lhe mete medo, por isso se segura e tenta uma saída honrosa.

Michel Temer teme, em caso de renúncia, ser preso, por exemplo, ao descer a rampa do Planalto. A única salvação seria um acordo com o Judiciário, o que é improvável. E se não renunciar, o clima conturbado da política leva a crer que será caçado no TSE no processo contra ele e Dilma por recebimento de recursos ilegais na última campanha presidencial.

Pra piorar, além de ter sido delatado na Lava Jato e no esquema de propina com a JBS, um novo inquérito pode ser aberto pela Procuradoria-Geral da República. Rodrigo Janot deve investigá-lo, junto com o deputado federal afastado, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).

A suspeita é de tráfico de influência para beneficiar a Rodrimar, uma empresa que opera no porto de Santos e foi alvo de buscas da Polícia Federal na semana passada.

Neste caso, o presidente foi gravado quando dava informações ao parlamentar sobre um decreto que ele assinaria seis dias depois. A medida beneficiaria concessionárias de portos que tiveram suas concessões renovadas por 35 anos sem licitação.

Pois bem, o também agora conhecido presidente como político que “rouba, mas reforma”, caso da reforma trabalhista e a da previdência que ele ainda tenta aprovar, também tocou no fundo do poço do ocaso político no que se refere a pesquisa.

Segundo a colunista da Folha, Mônica Bergamo, dados levantados pelo próprio governo na internet mostram que ele tem apenas 5% de avaliação positiva. E em algumas regiões metropolitanas do Nordeste não passa de 1%.

Isso porque já está mais do que claro que o país foi entregue a uma quadrilha de ladrões. Um grupo que tenta colocar no colo do povo a conta da recessão. É a mesma turma que vende leis, medidas e atos para empresários em troca de propina.