Acusada de ser a mandante do homicídio de José Roberto Resende Duarte, a ex-prefeita de Estrela de Alagoas, Ângela Garrote, se defendeu das acusações afirmando que a acusação teriam motivação política. Ela está sendo julgada nesta terça-feira (16) pelo crime em júri popular, no Fórum de Justiça da Capital, no bairro do Barro Duro.

O júri, conduzido pelo juiz John Silas, da 9ª Vara Criminal da Capital, não teve depoimento de testemunhas. Ângela Garrote foi ouvida e em seguida defesa e acusação partem para os debates. A previsão é que o resultado do julgamento ocorra ainda hoje.

Em seu depoimento, Garrote disse ter certeza que as motivações que levaram ela ser apontada como a mandante do crime tiveram conotações políticas. Ela chegou a citar o ex-deputado federal Helenildo Ribeiro (PSDB), morto em 2006, que teria denunciado Ângela pelo crime em Brasília, quando exercia seu mandato.

“Eu tenho certeza que essa acusação tem motivação política. É uma pena que quem fez isso comigo, que foi o deputado Helenildo Ribeiro, não está aqui pra responder”, afirmou.

A ex-prefeita também afirmou em juízo que possuía boa relação com a esposa de José Roberto e toda sua família e que após a morte dele teria auxiliado no tratamento de sua mãe, levando-a ao médico.

“Sempre me dei bem com a viúva e com toda a família. Inclusive depois de tudo isso que aconteceu, cuidei da mãe dele”, disse.

O caso

De acordo com o Ministério Público do Estado, o homicídio de José Roberto Resende Duarte teria sido encomendado por Ângela Garrote, na época primeira-dama de Estrela de Alagoas, e teria ocorrido após a vítima ter denunciado na imprensa supostas irregularidades de Ângela e do marido à frente da Prefeitura.

José Roberto foi morto em março de 1999, no povoado Canafístula, zona rural de Palmeira dos Índios. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP/AL), a vítima foi assassinada a tiros por três homens que se passavam por policiais.

A defesa da ré alega que ela não teve envolvimento com o crime. Ângela Garrote foi pronunciada em maio de 2013 e será julgada por homicídio duplamente qualificado (mediante paga ou promessa de recompensa e à traição, por emboscada ou mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima).

*Com informalções do Tribunal de Justiça