Atualizada às 17h05

Durante o julgamento dos réus acusados da morte do universitário Douglas de Oliveira Vasconcelos na tarde desta quarta-feira (19), no Fórum do Barro Duro, na capital, o réu José Carlos Oliveira Rocha Júnior negou ter atirado na vítima e afirmou não ter tido nenhum contato com Douglas no dia do crime.

Segundo José Carlos, que é primo da vítima, ele disse que estava no show da cantora Ivete Sangalo no momento do crime e que as acusações contra ele são infundadas. Além disto, ele também ressaltou que Douglas havia tentado se matar várias vezes.

Até a publicação desta matéria, o outro réu e primo da vítima, Clebson Luciano Mota da Silva, não prestou seu depoimento no julgamento.

O caso

Douglas de Oliveira Vasconcelos, em 2007, que desapareceu após sair de sua casa para ir a um show, em Maceió. Segundo a denúncia, Douglas tinha um relacionamento com Júnior, mas que não era calmo, pois já haviam acontecido diversas situações conflituosas, como agressões, ameaças, discussões em público por ciúmes e, até, tentativa de suicídio, pela vítima.

Douglas teria contraído empréstimos para pagar dívidas do acusado, esvaziado sua poupança, pagava todas as contas em bares e restaurantes quando saiam, pagou despesas com conserto do veículo que o réu usava, além de tê-lo como dependente no cartão de crédito.

O corpo de Douglas de Oliveira foi encontrado já em estado de decomposição quase um mês após o crime, no dia 5 de outubro, próxima à Usina Roçadinho, na cidade de Roteiro.

Família

Para a família da vítima, o julgamento dos primos nesta quarta-feira (19), quase 10 anos após a morte de Douglas, é um “encerramento de um círculo doloroso”, do qual esperam a condenação. “Foram 10 anos intensos na vida de todos nós e hoje esperamos encerrar um círculo, mas que seja de uma forma favorável”, relatou a irmã de Douglas ao CadaMinuto.

Durante esse tempo em que os acusados ficaram em liberdade, a mãe de Douglas afirma que a família chegou acreditar na impunidade do crime, mas que nunca desistiu em buscar uma sentença justa aos acusados.

“Estou muito nervosa com esse julgamento hoje. Mas espero que a Justiça seja feita. Ficamos revoltados pelo fato dos dois terem ficado soltos durante todo esse tempo e chegamos até acreditar em impunidade”, afirmou Gracieleide Vasconcelos.

Conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual, a motivação do crime foram as pressões que a vítima fazia para tornar público o relacionamento amoroso dos dois e, por isso, estava dificultando os benefícios que dava ao réu, José Carlos Júnior.

“É muito difícil ficar esses 10 anos sem meu filho e a única coisa que espero hoje é que parte da minha dor seja aliviada”, emendou a mãe da vítima.