A denúncia de uma técnica de enfermagem que teria sido agredida por um paciente do Hospital Escola Portugal Ramalho trouxe à tona a insegurança que alguns profissionais de saúde são submetidos.
O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem no Estado de Alagoas (Sateal) encaminhou um ofício à Reitoria da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) solicitando uma reunião para tratar do caso. O caso aconteceu no dia 21 de março e o B.O. foi registrado na Central de Flagrantes I, no bairro do Farol.
A técnica de enfermagem relatou que estava em seu turno de trabalho quando viu uma confusão entre dois pacientes. Ela tentou contornar a situação, mas ao retornar para o posto de enfermagem da unidade foi surpreendida por um dos pacientes envolvidos na confusão, que a agrediu utilizando uma cadeira de plástico.
Depois de confeccionar o Boletim de Ocorrência, a profissional se dirigiu até o Instituto Médico Legal (IML) onde realizou exame de corpo de delito, já que sofreu lesões no antebraço e na mão direita.
Segundo o presidente do Sateal, Mário Jorge Filho, o fato só chegou a conhecimento deste sindicato alguns dias depois de ocorrido, mas profissionais relatam que casos de agressão como o vivido pela técnica acontecem com frequência. Diante da situação de insegurança enfrentada por trabalhadores e também por pacientes, o Sateal decidiu cobrar providências.
Além do pedido para uma reunião com a reitora da Uncisal, o Sindicato encaminhou ofício à 19ª Procuradoria Regional do Trabalho (PRT/AL) relatando o caso e cobrando providências.
“Esta profissional foi a primeira a ter coragem de denunciar o ocorrido, mas em conversa com outros profissionais, soubemos que esse tipo de situação é frequente. Vale lembrar que é um tipo de situação que acontece em várias unidades de saúde do estado e não somente no Portugal Ramalho”, disse.
Falta segurança na unidade
O caso da técnica de enfermagem agredida do Hospital Portugal Ramalho só expõe um problema enfrentado pela unidade: a falta de profissionais de segurança capacitados para atuar em um hospital psiquiátrico.
A direção da unidade também encaminhou um ofício à Uncisal relatando o caso e solicitando reforço da segurança da unidade.
Depois que a unidade mudou o perfil de atendimento, recebendo pacientes dependentes químicos, com internação compulsória encaminhados pela Justiça, presos cumprindo pena ou não, as queixas dos profissionais aumentaram.
O presidente do Sateal alerta para a necessidade de se promover a segurança adequada tanto a pacientes quanto a profissionais em unidades de saúde deste porte. “Além de baixa remuneração e falta de condições de trabalho, os trabalhadores do estado também estão expostos a violência física e moral por falta de segurança nos locais de trabalho. O governo do estado é responsável por garantir a integridade física e moral dos servidores, e, no entanto, essa questão é tratada com descaso”, afirmou.
A assessoria de Comunicação da Uncisal informou que “todos os comunicados encaminhados à Reitoria seguem os devidos trâmites e neste caso a demanda foi encaminhada à Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp) e em seguida seguirá para o setor jurídico e para a Comissão Permanente de Inquérito Administrativo (CPIA)”.
A assessoria de Comunicação da Uncisal informa que “todos os comunicados encaminhados à Reitoria seguem os devidos trâmites e neste caso a demanda foi encaminhada à Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp) e em seguida seguirá para o setor jurídico e para a Comissão Permanente de Inquérito Administrativo (CPIA)”.
*Com assessoria