Um dia após a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) divulgar um caso confirmado de morte por febre amarela em um macaco o próprio órgão, juntamente com o Centro de Zoonoses de Maceió, confirmaram o pedido de  contraprova do exame.

A informação foi confirmada pelo coordenador do Centro de Zoonoses de Maceió, Sami Ibraim. “O resultado do exame saiu no final de janeiro. Era um macaco da espécie sagui e apresentou resultado positivo para a febre amarela. Desde então, já havíamos comunicado a Sesau e vínhamos estudando a situação”, afirmou.

Questionado o motivo do comunicado oficial ter sido feito apenas no final de março, o coordenador apontou para uma medida de segurança da própria sociedade.

“Primeiro, que este caso do macaco foi isolado. Desde então, não se teve mais informações de situações parecidas com essas. Numa decisão conjunta, não foi emitido nenhum comunicado oficial, porque parte da população não entende, que o macaco não transmite o vírus de febre amarela para o homem e sim o mosquito, o hospedeiro. Se esse comunicado fosse feito, algumas pessoas iriam passar a envenenar, buscar e matar os macacos por conta própria, o que é um perigo e um crime ambiental”, disse.

Diante do atual cenário, a Sesau aguarda o resultado da contraprova, que deve sair em 60 dias. Enquanto isso, o Centro de Zoonoses vai monitorar a região onde o macaco foi encontrado, na Gruta de Lourdes.

“Já começamos um trabalho de monitoramento e instalação de armadilhas para o mosquito, não para o macaco. A partir daí, vamos avaliar se existem de fato outros hospedeiros ou confirmar que o caso do macaco foi isolado, como imaginamos”, concluiu.

O CASO

A Secretaria de Estado de Saúde de Alagoas (Sesau) informou por meio de nota, emitida nesta terça-feira, 28, que apesar de não haver registro de nenhum caso de febre amarela em humanos no estado, o vírus da doença foi detectado em um macaco encontrado morto, em janeiro deste ano, pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em uma região de mata, no bairro do Tabuleiro do Martins.

Na nota, a Sesau informa que o Secretário de Saúde do estado, Christian Teixeira irá se reunir, a partir desta quarta-feira, 29, com a equipe do Ministério da Saúde, em Brasília, para analisar as providências exigidas pelo caso. O que pode resultar no aumento do número de vacinas destinadas a Alagoas.

Segundo o protocolo do MS, a recomendação da vacina é apenas para quem irá viajar para regiões endêmicas.

Apesar do registro da morte do macaco, a Sesau afirma que não há motivo para pânico da população, pois mesmo os primatas contraindo a doença eles não a transmite para os humanos. Afirma também, que o caso está sendo monitorado e que as ações necessárias e recomendadas pelo Ministério da Saúde serão tomadas.