O primeiro decênio do século XXI marcou o auge da economia brasileira. Esse frisson econômico refletiu em grande dinamismo no mercado imobiliário, aliado a programas que facilitaram o financiamento – como Minha Casa Minha Vida – e a disponibilidade de crédito permitiram muitos brasileiros chegarem mais perto do sonho da casa própria.

Infelizmente, o longo prazo dos financiamentos que podem chegar até 35 anos ficam a mercê de crises econômicas. Para as pessoas a cara feia da crise é o desemprego, para os bancos a inadimplência. O desespero atinge principalmente aqueles que optaram pela alienação fiduciária, modelo de financiamento que garante a transferência de bens aos credores caso não se pague a dívida.

Isso explica o aumento de 80% da oferta de imóveis em leilões nos últimos dois anos. Os credores tentam desesperadamente vender esses investimentos com custos constantes – IPTU, condomínio, etc. – e com gradual desvalorização devido ao desaquecimento do mercado.

Em 2017 se completará três anos consecutivos de desvalorização dos preços dos imóveis, mesmo em algumas cidades que ocorre valorização nunca consegue superar à inflação.

Desespero para alguns, oportunidade para outros. Muitos economistas alegam que tempo de crise financeira é cenário para se investir, especialmente aqueles que possuem algum capital guardado.

Um imóvel no leilão pode sair até 30% mais barato, proporcionando uma ótima

rentabilidade no futuro. Se na época da pujança econômica comprar fundos imobiliários era garantia de bom retorno financeiro, comprar imóveis em leilões pode se tornar uma boa alternativa para investidores de médio e longo prazo.

O mercado voltará a acender?

O atual governo entrou com a promessa de abaixar a taxa Selic, medida necessária, de acordo com alguns especialistas, para reaquecer o mercado imobiliário. O raciocínio é simples. Altas taxas de juros significam boa rentabilidade em investimentos como renda fixa, principalmente o Tesouro Direto, o novo xodó dos investidores conservadores brasileiros.

Com o dinheiro aplicado no tesouro ou em outras rendas fixas o brasileiro retira o dinheiro da poupança – grande fonte de recursos para o financiamento à produção e à comercialização de imóveis. Com a queda da taxa de juros Selic espera-se que a poupança volte a crescer e incentive o retorno da saúde do mercado imobiliário.

O Brasil em 2016 possuiu a maior taxa real de juros (ou seja, considerando a inflação), chegando a 14,25% ao ano. Nos primeiros meses de 2017 a taxa está na margem dos 12%, podendo chegar até 10% no final do ano.

Os primeiros sinais de melhoria na economia de 2017 aliado a queda da taxa de juros cria uma atmosfera otimista para os participantes do mercado. Além disso, corrobora com os bons prognósticos de comprar apartamentos com desconto em leilões. Com a economia se recuperando e os bancos facilitando novamente os créditos para o mercado imobiliário espera-se ventos favoráveis de boa rentabilidade para o investidor.

Como participar de um leilão de imóveis, entenda os riscos.

 

Todo investimento possui um risco e os leilões de imóveis não são exceções. Algumas prevenções precisam ser tomadas. Primeiro ter anotado todos os gastos envolvidos na aquisição do imóvel e seu histórico: possíveis taxas, dívidas relacionadas ao bem, possíveis reformas a serem efetuadas e processos judiciais atrelados ao imóvel.

Outra dica importante é saber se o proprietário antigo ou inquilino está de acordo com a venda do imóvel, sobretudo os bens leiloados retomados por instituições financeiras devido à falta de pagamento. A campeã de retomada de imóveis no Brasil é a Caixa, em 2016 mais de 15 mil imóveis foram para leilões.

No caso de existirem pessoas morando no imóvel o ideal é tentar marcar uma visita com ocupante. Em todo caso, a compra no leilão de imóveis nos quais o ocupante não quer sair pode se tornar uma grande dor de cabeça e gerar desdobramentos judiciais que se alongam por anos.

Caso adquira um imóvel nessas condições será necessário entrar com uma ação de imissão de posse, a qual pede a posse do imóvel. Caso o bem esteja alugado precisa esperar o contrato acabar.

Ainda existem casos raros como patrimônios de empresas privadas ou públicas que escolhem comercializar seu patrimônio através de leilão, nesse caso é mais difícil aparecerem obstáculos.

Para participar de um leilão é fácil, qualquer indivíduo maior de 18 anos pode tentar arrematar um imóvel, entretanto o ideal é realizar uma pesquisa antes de qualquer lance. Entrar leigo nesse tipo de investimento pode aumentar em muito as chances do investimento fracassar. Para começar a se planejar o site da Caixa disponibiliza os imóveis por unidades federativas que serão leiloados,

além de permitir acesso aos editais dos leilões.