Talvez se tivesse citado Lula e Dilma como também responsáveis – os principais - pela obra de transposição do Rio São Francisco, o presidente Michel Temer teria evitado criar um palco tão imenso e positivo para os dois ex-presidentes.

Primeiro porque mostraria humildade, reconhecimento. Isso soaria positivo para os simpatizantes dos ex-presidentes, especialmente para os nordestinos mais simples, e diminuiria um pouco a antipatia existente contra o “golpista” presidente.

Só que ao não citá-los e ao dizer que a obra não era de ninguém e sim do povo, esqueceu-se do básico: Lula e Dilma tiveram a ideia e tocaram a transposição. Ou seja, nesse caso não adianta ir de encontro ao imaginário popular.

Mas, burrice política é uma coisa que caminha junto com Temer, parte do PMDB e o PSDB, principalmente nos últimos meses. Tanto que Renan Calheiros, antevendo o fenômeno Lula, já ensaia e tem dado passos que lhe dão discurso contrário ao do governo do seu partido, casos da reforma da Previdência e da Trabalhista.

E ele sabe que vai precisar demasiadamente reconstruir uma empatia – ou reduzir a antipatia-com o eleitor lulista na corrida ao Senado.

E mais do que todos os atuais políticos brasileiros, apesar de todos os problemas jurídicos, Renan sabe o momento de definir rumos, destruir e reconstruir pontes, como fez ao articular que Dilma Rousseff, mantivesse os seus direitos políticos, apesar de cassada.

O que Lula fez ontem, em Monteiro, na Paraíba, foi só o palanque que ele tanto necessitava para 20018, seja candidato ou decida apoiar outro nome.

A Jararaca está vivíssima, no ambiente que adora e com os concorrentes perfeitos.

“Homi, oh povo burro esses cara do governo. Só pode ser uns fi duma égua, seu menino, ôxe!”