Empreender requer coragem. Quem já sonhou em abrir o próprio negócio, mas desistiu quando pensou em ter que deixar o emprego atual? Não é fácil ter que abandonar a segurança e a estabilidade de um emprego para se arriscar. Mas, mesmo diante da crise que o país está enfrentando, alguns empresários investiram no mercado de festas infantis e garantem que não há arrependimento.
Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Eventos Sociais (Abrafesta), é no Nordeste que se concentra o segundo maior mercado de festas infantis do país. De acordo com dados fornecidos pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o setor movimenta milhões de reais. Em 2015, os espaços de buffet, decoração, doces e fotografia para festas de aniversário de crianças movimentaram R$ 16,8 bilhões.
Além disto, a pesquisa revelou ainda que as festas de aniversário representaram 39% do faturamento e que, dentro desta porcentagem, 32% foram eventos para o público de 1 a 12 anos.
A empresária Juliana Torres, 31 anos, apostou neste segmento de festas infantis e há três anos, abandonou o emprego formal como técnica de enfermagem para se dedicar ao mercado de decoração. A decoradora abriu o próprio negócio no conjunto Graciliano Ramos, localizado na parte alta da capital.
De acordo com ela, valeu a pena ter deixado a zona de conforto para ir em buscas de novos desafios. “Foi através do empreendedorismo que consegui conquistar a minha independência financeira, realizar o sonho da casa própria, de ter um carro e agora ter um escritório onde posso atender com conforto e segurança os meus clientes e ainda empregar dois funcionários que compõe a minha equipe de decoração”.
Mesmo com a concorrência acirrada, ela explica que a chave para se destacar é ouvir e entender o que o cliente quer e trabalhar com responsabilidade e amor. “A base para todo o trabalho dar certo é fazê-lo com amor e dedicação, quando fazemos aquilo que realmente amamos o trabalho é prazeroso. Trabalhar no ramo de festas é lidar com sonhos de pais, filhos e de toda a família. Cada festa é única e a gente precisa desenvolver algo em cima de tudo aquilo que o cliente sonhou”, explica.
Juliana só tem motivos para comemorar, ela chega a lucrar em média de R$ 8 mil a R$ 10 mil por mês e decora cerca de 20 festas ao mês. “Esse mês estou abrindo o meu escritório e os dados comprovam que a crise não tem afetado o nosso ramo”, afirma.
A assistente social Fernanda Torres, 27 anos, também decidiu apostar no ramo de festas e aos poucos, está ganhando seu lugar no mercado. Com apenas um ano no mercado alagoano, Fernanda realizou, em média, 50 festas e garante que seu maior sonho é ser referência no mercado alagoano. “Quero me manter estável financeiramente e empregar mais funcionários, desta forma, eu os ajudo e me ajudo também. A demanda para festas aqui na capital é alta e eu não me arrependo de ter deixado o meu trabalho para empreender”, comenta.
Ela também destaca que tem buscado especialização para se aperfeiçoar e junto ao Sebrae, formalizou sua empresa. “É importante que sigamos todos os procedimentos. Para nós, microempreendedores precisamos buscar as oportunidades oferecidas pelo mercado de maneira legalizada”.