Atuar cada vez mais fortemente no aumento da qualidade de vida dos moradores das grotas de Maceió. Esse é um dos focos dos projetos estruturantes do Governo do Estado, que tem no programa Pequenas Obras, Grandes Mudanças um dos carros-chefes dessas ações levando infraestrutura básica, que até então era inexistente nessas comunidades, aos moradores.

Uma nova ação nesse sentido está sendo desenvolvida pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) e propõe levar hortas e arborização nas grotas da capital.

A aposentada Adalgiza Maria da Silva, de 77 anos, mora na Grota do Ouro Preto há 25 anos. Ao externar a satisfação no cultivo da horta, construída em frente a sua residência há cerca de sete anos, a dona de casa garante que sempre gostou de plantas. Natural do município de Novo Lino, dona Adalgiza frisa que cresceu em um ambiente repleto de verde.

“Eu tinha muita planta e isso ajudava a melhorar o clima da minha casa, ventava mais e amenizava o calor”, contou a aposentada. Capim santo, hortelã e erva-cidreira são algumas das plantas medicinais cultivadas pela dona de casa, que, segundo ela, têm uma utilidade enorme, porque são utilizadas como remédios naturais. Ela destaca uma delas, a Crajirú, utilizada na fabricação de óleo para a pele, que é comercializado pela família.

Aumentar a quantidade de árvores e hortas, tornando o ambiente mais aconchegante para os moradores das grotas de Maceió é o objetivo do Instituto do Meio Ambiente (IMA), com os projetos Hortas Medicinais nas Grotas e o Alagoas mais Verde.

Segundo o coordenador do projeto Horta Comunitária e Medicinal, Meraldo Rocha, o IMA está realizando um prognóstico para saber quais as espécies e quantidade a serem implantadas nas comunidades alagoanas.  Em Maceió, o instituto optou por trabalhar nas grotas, buscando dar uma melhor qualidade de vida aos moradores. No interior, os projetos visam o plantio tanto na área urbana quanto na rural.

O coordenador explica que nas localidades que não têm uma associação que possa ajudar os moradores, representantes do IMA estão incentivando a implantação de mini-hortas medicinais em frente às residências, explicando a utilidade das mesmas à comunidade.

Fátima da Silva, 57 anos, é diarista e também reside na Grota do Ouro Preto. Convicta de que há 22 anos a comunidade é a mesma, sem cor, ela explica que o projeto do IMA vai melhorar o ambiente, trazendo vida para os moradores. Fátima tem uma mini-horta de remédios caseiros e também utiliza as plantas da horta para a alimentação da família.

“Eu economizo com remédios, até porque não temos muito dinheiro. Após a entrega das hortas pelo IMA, vou preferir plantar apenas hortaliças, porque eu mesmo planto para ajudar no sustento da minha família”, declara Fátima.

O cultivo de plantas em hortas é algo comum na grota do Ouro Preto. José Carlos Rodrigues da Silva, 62 anos, é aposentado e construiu a sua há cerca de sete anos. Ele comemora o projeto do IMA, afirmando que, além de mais saudáveis, as plantas amenizam. “Nós não temos tantas condições para manter um ventilador ligado 24 horas por dia”, brinca o aposentado.

“As plantas ajudam a saúde e mantém o ambiente mais limpo”, acrescenta José Carlos, que mora na comunidade há 27 anos. Além do boldo, ele cultiva outras ervas que servem tanto para remédio quanto para o banho, entre outras finalidades.