O resultado da eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa surpreendeu na forma, mas não quanto ao objetivo do grupo que se formou e derrubou os principais aliados do governador Renan Filho, mantendo apenas o atual presidente, Luiz Dantas, na mesma função.
Esse movimento reflete uma dura resposta ao chefe do Executivo e a abertura de uma “janela” para a “sobrevivência” dos parlamentares nas eleições de 2018. Eles querem cargos, “estrutura e uma melhor distribuição da força” que o Legislativo pode disponibilizar numa eleição” para quem já tem mandato.
Ou seja, nos últimos anos presenciamos esse tipo de estratégia ir parar nas páginas de polícia e alguns desses mesmos personagens retomam agora o controle da máquina administrativa e financeira. Como só restou da Mesa anterior o atual presidente, Dantas, um homem pacífico, de pouca liderança e de atuação no bastidor, vira refém numa jogada também de claro recado a Renan filho: Ou dá, ou terá dificuldades.
A insatisfação não é de hoje, mas vem crescendo e foi acentuada no ano passado antes das eleições municipais. Muito bem avaliado na capital e no interior com obras impactantes, Renan filho não escutou os apelos para evitar estar em municípios junto com adversários dos deputados aliados na ALE, mas insatisfeitos, tampouco aos pedidos de apoios e estrutura que foram feitos.
Com Renan Filho em alta, muito bem relacionado no Judiciário e no Ministério Público e aprovado pelo eleitor, os deputados correram para se salvar na eleição municipal. Porém, quem pôde mesmo da base aliada - satisfeitos e insatisfeitos – torceram e ajudaram no que puderam na derrota do candidato dos Calheiros em Maceió. Ainda ganharam de presente à vitória do PSDB em Arapiraca, entre outros municípios.
Tudo isso na esperança, como eles dizem, de ter um “valor” político maior por parte dos Calheiros. O danado é que sabemos o significado desse “valor” desejado por alguns deputados no ano anterior ao pleito de 2018.
A questão é saber se Renan Filho irá aceitar ser dobrado e correr riscos em sua gestão, ainda sem qualquer suspeita ou investigação por irregularidades, para aplacar a fome por “estrutura” dos deputados insatisfeitos. Um dos primeiros sinais verá nos próximos dias ou meses quando a gestão financeira da Casa irá, certamente, pedir suplementação orçamentária.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
EM TEMPO: DA ASSESSORIA DO SENADOR RENAN CALHEIROS RECEBO A SEGUINTE NOTA: “À propósito da publicação intitulada !Rui para, Renan anda", o senador Renan Calheiros esclarece que não procede as ilações sobre quaisquer indicações atribuídas ao senador, sejam no âmbito federal ou estadual. O Senador reitera que não sugere, indica ou endossa nomes para os Executivos Federal ou Estadual”.
Pois bem, caro leitor, eu não vou roubar o seu tempo com qualquer contra-argumento. Leia aqui (http://www.cadaminuto.com.br/blog/voney-malta/298810/2017/02/01/rui-para-renan-anda) o texto que trata, também, sobre a secretária Estadual de Cultura, Mellina Freitas, ser indicada para um cargo federal e tire as suas conclusões.