O Ministério da Educação (MEC) emitiu uma nota para esclarecer o que chama de “suposto hackeamento” do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), onde Hackers ainda não identificados invadiram o site e editaram informações, logo após a divulgação dos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Entre as informações alteradas estão à mudança realizada na opção de curso dos principais classificados. Um dos casos de maior repercussão foi o da estudante mineira Tereza Gayoso, de 23 anos, que teve nota máxima na redação do Enem (mil pontos) e pretendia cursar Medicina. No entanto, ela descobriu que tinha sido matriculada no curso de Produção de cachaça, no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, em Salinas. A estudante só teve conhecimento da troca, após receber prints de amigos com a lista de aprovados no referido curso.
O MEC, no entanto, diz que os sistemas “não registraram, até o momento, indício de acesso indevido a informações de estudantes cadastrados, que configure incidente de segurança”. Sobre os relatos de que houve ação de hackers nas contas dos candidatos, a pasta afirma que casos individuais que forem identificados e informados ao MEC, como suposta mudança indevida de senha e violação de dados, serão remetidos para investigação da Polícia Federal.
Apesar de ter tirado a nota máxima na redação, Tereza não conseguiu nota suficiente para aprovação no curso de medicina. A estudante disse que tentará no próximo ano.
Nota do MEC
"Sobre suposto hackeamento dos sistemas do Sisu e Enem, o MEC e o Inep esclarecem:
1- Os sistemas do MEC e do Inep não registraram, até o momento, indício de acesso indevido a informações de estudantes cadastrados, que configure incidente de segurança;
2- Há relatos na imprensa de casos pontuais de acesso indevido a dados pessoais de candidatos, que teriam possibilitado mudança de senha e de dados de inscrição, como a opção de curso. A senha é sigilosa e só pode ser alterada pelo candidato ou por alguém que tenha acesso indevidamente a dados pessoais do candidato;
3- Casos individuais que forem identificados e informados ao MEC, como suposta mudança indevida de senha e violação de dados, serão remetidos para investigação da Polícia Federal. Nos dois casos citados pela imprensa, o Inep já identificou no sistema data, hora, local, operadora e IP de onde partiram as mudanças de senha. Os dados serão encaminhados para a Polícia Federal;
4- Ressaltamos, também, que todas as ações realizadas no sistema são gravadas em log (registro de eventos em um sistema de computação), de forma a possibilitar uma auditoria completa;
5- A Secretaria de Educação Superior (Sesu) destaca que a atual gestão assumiu a pasta em maio de 2016, com o processo do Enem 2016 em curso, na última semana de inscrições. Por isso, todo o sistema de operacionalização do Enem 2016, definido na gestão anterior, estava em funcionamento e não pôde ser alterado no meio do processo;
6- Para o Enem 2017, as equipes do Inep e da Sesu estão trabalhando para aperfeiçoar o exame, de forma a garantir segurança e tranquilidade aos inscritos."
*com Ascom MEC