O texto de hoje, dia 04, do escritor Bene Barbosa é um primor. O autor mostra – por A mais B – o perigo do politicamente correto e o quanto algumas ações ineficazes são vistas como soluções mágicas contra a violência por conta do discurso politicamente correto ou censura ideológica. As mulheres – não raro – são vítimas desta violência em uma de suas faces mais cruéis: o estupro, que deve ser combatido em um corpo social com todas as forças. É um atentado contra a dignidade, uma agressão inominável, não há sequer palavras para expressar a condenação que tal ato merece...

Tentando (ou fingindo mesmo!) combater isto, uma empresa lançou um “cinto de castidade” moderninho. Não pararam para pensar que o bandido não vai dizer: “Oh, Meu Deus, um cinto de castidade. Vou desistir!”. O criminoso de índole perversa ao se deparar com isto vai obrigar – de todas as formas – a mulher a retirar o cinto e ainda, diante da frustração, pode matá-la.

É uma invenção tão boa quanto à frase estúpida de Paulo Maluf: “Estupra, mas não mata”. É tão ridículo quanto os idiotas que colocam a culpa na vítima em função das vestimentas e do que mais venha como desculpa. Ainda mais em uma Europa, onde radicais promovem o estupro achando que a mulher que não usa a burca lhes dá o direito disto, como bem explica Bene Barbosa em seu texto.

Barbosa é taxativo: mulheres possuem o direito à defesa pessoal. Podem fazer cursos de autoproteção, aprenderem a atirar e tirar seus portes de arma. Isto é defender a segurança do indivíduo.

Então, o texto mostra claramente o quanto o direito à arma de fogo pode proteger mulheres. E antes que os abusadinhos falem do “risco das armas”, vejam a o projeto de lei que tramita no Brasil: existem critérios que vão da habilidade com a arma, passando pelos antecedentes, dentre outros textos objetivos. Mas para alguns, nem assim...

Afinal, a prova viva de que o Estatuto do Desarmamento não deu certo – e isto já foi explicado milhões de vezes em textos meus e de Bene Barbosa, dentre outros como do especialista em segurança pública Fabrício Rebelo – e resultou em um cenário pior: milhares de homicídios por arma de fogo, bandidos altamente armados, segurança estatal ineficiente e cidadão indefeso.

Porém, nas redes sociais de Bene Barbosa alguém indaga – diante do texto de sua coluna – o seguinte: “não seria melhor educar o estuprador?”. Claro, não é? Por qual razão não pensamos nisso antes? Vamos criar campanhas educacionais, com musiquinhas, com pessoas vestindo branco para ensinar que estuprar é errado, matar é errado e roubar é errado, dentre outras coisas...

Ora, o estuprador, o homicida, sabem que o que fazem é errado. Sabem que estão cometendo um crime. Quando culpam a vítima por reagir ou pelo que seja estão apenas subvertendo propositadamente a lógica com base no discurso estatal.

Quanto às campanhas, já fazemos isto. Estes valores já estão dentro de um corpo social, tanto que, em lei (pode se discutir se ela é branda. Eu acho que é!) são vistos como crimes hediondos. É por isto que lugar de bandido é na cadeia. Logo, nada contra campanhas e educação. Educação é fundamental, bem como o resgate dos valores de uma alta cultura.

Mas se preocupa não amiguinho, pois os valores sadios que nos ajudam a separar o certo e o errado continuarão existindo e norteando - como deve ser - a educação. O problema é que o mal continua a espreita e existindo também. Advinha só: o mundo não é Imagine do John Lennon. Não se resolve tudo vendendo miçangas no perfeito clima de paz e amor.

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