Uma pesquisa realizada pelo Sistema de Informação de Agravos e Notificações (Sisan Net), do Ministério da Saúde, divulgada este ano, apontou Alagoas como um dos estados em que há muitos registros de picadas de escorpião. Com a chegada do verão, o calor e as chuvas características desse período preocupam as autoridades de saúde de todo o país.
Segundos dados da pesquisa, entre os anos de 2010 a 2015, Alagoas registrou 35.093 casos, ocupando o quarto lugar no ranking, atrás apenas de Pernambuco, Bahia e Minas Gerais.
De acordo com o Hospital Escola Hélvio Alto (HEHA), até novembro deste ano foram registrados no estado 2.791 casos de picadas de escorpião, quantidade equivalente a todos os casos registrados em todo o ano de 2015. O que indica que 2016 pode superar o ano passado.
O local com maior número ocorrência, por picada de escorpião em Alagoas, é o bairro do Jacintinho, parte alta de Maceió, segundo dados da Secretária da Saúde.
Com a chegada do verão, há uma preocupação maior com a incidência de casos, devido ao calor e as chuvas (temporais) que acontecem neste período, que fazem com a proliferação de escorpiões aumente ainda mais.
São várias, as espécies de escorpiões venenosos e que se espalham pelo país, mas em Alagoas o tipo mais comum é o amarelo. Embora também seja venenoso, seu veneno tem uma letalidade menor.
Segundo o Instituto Butantan, uma picada de escorpião causa uma dor intensa que se erradia pelo membro afetado provocando uma sensação de queimação, latejamento e agulhada. O local picado também fica inchado e avermelhado.
Sintomas
Pessoas picadas por escorpião apresentam os seguintes sintomas: febre, suor constante e abundante, náuseas, vômitos, dor abdominal, salivação em excesso, diarreia, arritmia cardíaca, agitação, sonolência, confusão mental e alterações respiratórias.
A principal causa da morte é em decorrência do acúmulo de fluídos no pulmão, que acontece após o veneno injetado pela picada provocar alterações respiratórias. O veneno pode entrar pela corrente sanguínea, indo parar no coração.
O que fazer
Ao ser picado, é recomendado que a vítima seja encaminhada imediatamente a uma unidade de saúde, para que o médico avalie a necessidade de se tomar ou não o soro. Apenas um médico pode atestar a gravidade do caso, que depende do veneno injetado e também da espécie do escorpião.
Também podem ser feitas compressas mornas no local e pode-se fazer uso de analgésicos para aliviar a dor.
Prevenção
Os escorpiões são animais com hábitos noturnos e por isso passam a maior parte do tempo escondidos da luz, principalmente lugares onde há grilos, baratas, cupins e invertebrados de forma geral, que são suas presas.
Lugares úmidos e entulhos, também são propícios à permanência e proliferação de escorpiões. Eles podem entrar em casas e apartamentos através da rede de água e esgoto.
A Secretaria de Saúde recomenda que as pessoas limpem os locais próximos das casas, não acumulem entulho e use luvas de couro para mexer neles. Não acumulem lixo, examinem os calçados com cuidado, tampe ralos de banheiro e cozinha, não deixe a grama alta.
Entre os anos de 2010 a 2015, foram registrados em todo o Brasil 343. 933 casos, onde em 48.918 as vitimas eram crianças e 192 morreram.
Em 2014 uma criança de quatro anos morreu em Alagoas após ser picada por um escorpião.
Além das crianças, os idosos e pessoas com imunidade baixa são as maiores vítimas de complicações nos casos de picadas de escorpião. Os animais de estimação como gatos e cachorros também podem ser picados.