Na tarde desta segunda-feira (05), as testemunhas do crime conhecido como “Chacina de Guaxuma” serão ouvidas no Fórum de Maceió pelo titular da 9ª Vara Criminal da Capital, Geraldo Amorim. Daniel Galdino, de 31 anos, é acusado pela polícia e Ministério Público Estadual de ter sido o responsável pela morte de um casal e dos filhos, em novembro de 2015.
Segundo o promotor do caso, José Antônio Malta Marques, o único sobrevivente da família, uma criança de cinco anos, reconheceu Daniel como a pessoa que executou os outros membros da família.
“Vamos ouvir as testemunhas de defesa e de acusação. A criança é a principal testemunha e vai participar da audiência prestando depoimento de uma menor”, comentou.
Sobrevivente
O único sobrevivente da chacina foi um menor de 5 anos. Ele foi encontrado ao lado dos corpos dos outros dois irmãos. Na época do caso, a reportagem entrou em contato com um policial - que preferiu não ser identificado – e que informou que a criança tinha ferimentos na região da cabeça e nos membros inferiores.
"Ele estava muito ferido, logo que nos viu só mexia os olhos ainda com medo, em estado de choque. A única coisa que ele pediu foi água. Só pedia água e mexia os pés", disse o policial.
O caso
A chacina da família foi registrada nas primeiras horas da manhã deste domingo (08), no sítio Doce Mel, na AL 101- Norte, em Guaxuma. As vítimas foram identificadas como Evaldo da Silva Santos, de 29 anos, Jenilza de Oliveira Paz, de 25 anos, Maria Eduarda, de 9 anos e um garoto identificado apenas como Guilherme, de apenas dois anos de idade.
As crianças são filhas do casal. Evaldo e Genilda são pais ainda de um terceiro garoto de iniciais A.S.S, de 5 anos.
O casal e dois filhos foram assassinados e tiveram seus corpos espalhados em várias partes do sítio onde moravam. Segundo informações dos primeiros policiais que chegaram ao local, alguns corpos foram esquartejados. Há suspeitas de que as vítimas tenham sido torturadas antes de serem mortas.
Motivação
O crime, segundo apontam as investigações da Polícia Civil, teria sido motivado pela compra de um barco entre a vítima, Evaldo da Silva Santos e o irmão do acusado de cometer o crime. Porém a polícia só conseguiu chegar até ele após ouvir a criança sobrevivente da chacina. Ela reconhecceu Daniel e contou detalhes à psicóloca Aline Damasceno de como ocorreu a tragédia.
Ela disse que a polícia esperou que o menino de 5 anos se recuperasse e posteriormente foi feito um trabalho cognitivo, no qual o assassino foi apontado em todos os seis encontros.
O último destes encontros, foi o reconhecimento. A Polícia Civil apresentou 15 pessoas da região e que foram ouvidas e apenas no último grupo de cinco pessoas, Daniel foi reconhecido pela criança, que em um gesto de medo chegou a se agarrar ao delegado, com medo do acusado.
Segundo relatou a psicóloga, a criança contou que Daniel Galdino, 31 anos, chegou à residência e chamou Evaldo para conversar sobre a compra do barco. Ao chegar no local, cerca de 300 metros afastado da sua residência, ele cometeu o crime.
"O menino contou que depois Daniel retornou à residência arrastou a mãe Jenilza para fora e após ser enforcada a matou. Ele continuou relatando que ele e os irmão correram e se esconderam na mata e que Daniel só os encontrou porque o Guilherme, o mais novo, chorou. Então ele relatou que Daniel matou seus irmãos e deu uma enxadada nele", revelou.
Após o crime, segundo contou o delegado José Carlos dos Santos, Daniel teria revirado a casa em busca do dinheiro que seria utilizado na compra do barco, mas não encontrou e se evadiu do local.
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